Há nove anos, a japonesa Toshiko Ishii deixava um legado para os amantes da cerâmica: obras e técnicas com o rigor da cultura de sua terra natal. Em homenagem à artista, as também ceramistas Erli Fantini e Adel Souki abrem hoje, às 19h, na Galeria de Arte do BDMG Cultural, a exposição “Toshiko Ishii”. O trabalho fica em cartaz até 23 de setembro, com entrada é gratuita.
Adel conta que um dos pilares da exposição é a imigração. Toshiko nasceu em Kyoto, em 1911, mas aos 20 anos, instalava-se em terras brasileiras. Depois de passar por Curitiba e São Paulo, ela encontrou em Minas Gerais o terreno para iniciar seus trabalhos com a cerâmica aos 70 anos, de forma autodidata. Foi quando as curadoras a conheceram e fizeram da fazenda em que Toshiko morava, em Brumadinho, espaço para encontros e pesquisa em cerâmica. Para falar da imigração, a exposição traz vídeos do documentarista japonês Jun Ookamura.
A segunda temática do trabalho diz do fazer cerâmico, das técnicas empregadas por Toshiko e de todas as referências que ela, junto com as curadoras, foram estudar. “Mostramos como ela intervinha nas técnicas brasileiras a partir da concepção japonesa sobre a cerâmica”, conta Adel.
Uma dessas técnicas é o raku, desenvolvido no Japão durante a Idade Média, associada às cerimônias do chá. “É uma técnica muito rápida que ganhou repercussão porque as pessoas podem ver a peça sendo feita e, em seguida, utilizá-la para tomar um chá, por exemplo. Foi difundida a partir da influência dos hippies, do budismo e das filosofias que dão ênfase ao momento presente”, explica a curadora.
Por fim, a exposição traz peças desenvolvidas por amigos ceramistas que estiveram perto de Toshiko, como Máximo Soalheiro e Sara Carone.
Serviço. Exposição “Toshiko Ishii”, de hoje, às 19h, a 23 de setembro, diariamente, das 10h às 18h, na Galeria de Arte do BDMG Cultural (rua Bernardo Guimarães, 1.600, Lourdes). Entrada gratuita.