Troncos trabalhados, retorcidos, lapidados, folhas vigorosas e muita beleza. Muito menores do que os exemplares tradicionais, os bonsais – também chamados de “árvores em bandejas” – encantam cada vez mais pessoas. Minas Gerais é protagonista desse deslumbramento, já que o Estado tem o primeiro e único Museu dos Bonsais das Américas. Dentro do clube Thermas, às margens da BR–040, em Esmeraldas, o espaço foi inaugurado em maio do ano passado e já conta com 150 plantas em exposição.

A ideia do museu é do bonsaísta apaixonado Francisco Corrêa, que há mais de 25 anos se dedica ao cuidado dessas plantas. Além de encantar os mineiros, o museu já recebeu bonsaístas de todo o mundo, que foram a congressos realizados no clube. Construído de acordo com os padrões da arquitetura japonesa, o espaço chama a atenção não só pela beleza das árvores expostas, mas também pelo charme arquitetônico.

Além dos bonsais que estão no museu, Corrêa tem ainda outros 2.000 pré-bonsais e bonsais em formação que ficam em uma área reservada do clube. “Essa é uma arte milenar em que é preciso, principalmente, ter muita paciência e respeito com a natureza. Você não pode pensar que vai começar um bonsai neste sábado e terminar neste domingo. Para algumas árvores, estou esperando de 20 a 25 anos para chegar ao que quero”, diz Corrêa. “É preciso ter muita técnica e cuidado também. Se você corta muito a raiz ou poda demais as folhas, acaba matando o bonsai”.

Em Belo Horizonte, o bonsaísta Fernando Magalhães conta que o interesse pelo cultivo das miniárvores cresceu muito nos últimos anos.

“Cada vez mais pessoas me procuram para consultoria ou cursos”, diz ele, responsável pelo espaço Bonsai Morro Velho, na Pampulha. O objetivo é ensinar para as pessoas como cuidar dos bonsais corretamente. “O bonsai é uma técnica de cultivo e uma arte. Não existe segredo nos cuidados, o importante é ter a orientação certa em relação a cada espécie”, destaca.

De várias espécies pode-se fazer um bonsai, mas o ideal é que tenham frutos e flores menores, já que elas se adaptam melhor à ideia de “árvores na bandeja”. Os bonsais podem ser feitos com sementes ou a partir do troncos de árvores e podem ser de vários estilos.

No museu, por exemplo, Corrêa opta por utilizar bastante madeira morta e trabalhar os troncos. “Eu gosto de fazer obra de arte na madeira. É como lapidar um diamante”, conclui.

História e serviço
O bonsai.
As primeiras árvores na bandeja foram feitas pelos chineses 200 d.C. Depois, a cultura se espalhou pelo Japão e chegou ao Ocidente há 200 anos.

Museu do Bonsai. Localiza-se na entrada do Thermas Internacional de Minas Gerais, em Esmeraldas e a entrada é gratuita. Funciona de terça a domingo, das 8h às 17h30.