Antônia Rameh, de apenas 7 anos, compartilhou em seu perfil do Instagram (@tontonrameh), durante a quarentena, um passo a passo simples ensinando a técnica de tingimento tie-dye, que ela aprendeu. “Esse procedimento forma peças únicas, e o mais legal é que pode renovar roupas antigas”, contou. “Quanto mais você vai fazendo, mais técnicas você vai desenvolvendo, e fica melhor”, acredita.

Antônia não foi a única que compartilhou a experiência em suas redes sociais. Se na gastronomia pessoas investiram mais no prazer de cozinhar e se aventuraram em receitas como pães e bolos, na moda é o tie-dye que vem chamando a atenção durante este período. Celebridades fashionistas, como a blogueira mineira Thássia Naves, também foram fisgadas pela técnica como uma alternativa para dar um ar mais descolado e ressignificar peças paradas do guarda-roupa. 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Uma publicação compartilhada por Antônia Goulart (@tontonrameh) em

Dona da marca Da Aquarela, só com peças de tie-dye feito de forma manual, Isabella Rodsil explica que o isolamento social recomendando contra a pandemia do novo coronavírus possibilitou que ela explorasse a técnica com mais tempo e criasse estampas diferenciadas. 

“Pode ser feito como um experimento divertido, sabe? Com os amigos e filhos para se fazer em casa e passar o tempo. Agora, com o frio, a tendência está sendo tingir mais moletom”, contou ela.
Existem vários métodos possíveis, desde os que envolvem só tinta ou água sanitária, até os que combinam as duas.

Independentemente de qual for fazer, a primeira condição é que se tenha paciência. “Vai sujar e vai fazer bagunça. Precisa de água, tinta de tecido e peça branca, de preferência de algodão”, explica.

A estilista Barbara Monteiro, da marca mineira Molett, adota o tingido manual desde 2015, e, na coleção vigente da marca, desenvolvida durante o período de isolamento, não foi diferente. Agora, ela contou ainda com a ajuda da filha Clara, de 12 anos. “Ela me contou que viu um vídeo na internet ensinando o tie-dye, e chamei ela para fazer o processo comigo. Ensinei a ela o procedimento que eu aprendi, com reaproveitamento da água e com tecidos naturais”, contou Barbara. 

Tendência

A estampa psicodélica, que surgiu no movimento de contracultura dos anos 70, fez retorno triunfal nas passarelas internacionais e nacionais há algumas temporadas. “Ele voltou aos holofotes repaginado, descolado e conseguindo imprimir nos looks um visual mais casual e, ao mesmo tempo, criativo para o dia a dia”, disse Ana Paola Murta, diretora criativa e estilista da marca mineira Skazi.

 


Ela também frisa a importância do caráter exclusivo que a técnica de tingimento confere à peça. Além disso, durante a quarentena, peças como calças e blusas de moletom e camisetas confortáveis surgiram ultracoloridas.

“A ideia de despojamento e criatividade que o tie-dye passa tem muito a ver com este período, em que precisamos ficar em casa com looks mais confortáveis e que, ainda assim, sejam interessantes e capazes de revelar traços da nossa identidade”, acredita.