A imagem de um sujeito andando com forquilhas procurando por veios de água é clássica quando o assunto é a rabdomancia. A técnica chegou a ser considerada adivinhação até o início do século XX, quando, na França, os abades Alexis Bouly e Byard, estudiosos dos fenômenos rabdomantes, escolheram uma denominação mais moderna e adequada aos conceitos científicos.

Eles juntaram a palavra latina “radius”, que significa “radiações”, e a grega, “aisthesis”, que significa “sensibilidade”, nascendo aí a denominação “radiestesia”, “sensibilidade a radiações”.

Registros sobre a utilização dessa arte estão em pinturas rupestres de 9.000 a.C. descobertas no Peru. A Bíblia faz menção ao uso da “vara de Jacó” pelos hebreus. No Egito foram encontrados pêndulos nas tumbas do Vale dos Reis. Foi usada pelos chineses, hindus, persas, etruscos, polinésios, gregos e gauleses.

“Registros arqueológicos revelam que a rabdomancia fazia uso de instrumentos feitos com ossos de animais de várias espécies, e até humanos, gravetos e varas de galhos de árvores consideradas sagradas. Eram escolhidos de forma mágica por anciões ou líderes místicos, como pajés e sacerdotes, em sessões ritualísticas, dependendo do objetivo para o qual seriam utilizadas”, revela João Oreste Cafarelli, parapsicólogo, radiestesista e diretor do Instituto Mahat Clínica Holística e Produtos Radiestésicos.

Usava-se a radiestesia para procurar veios de água potável, manadas de rebanhos de animais para caça, locais sagrados para as tribos se instalarem e para determinar mudanças climáticas.

Cafarelli conta que foi introduzido pelos pais nos estudos espiritualistas segundo os preceitos de Alan Kardec já aos 5 anos. “Aos 14 anos, iniciei minha formação em desenvolvimento das faculdades extrassensoriais e sensitividade, além de ciências parapsíquicas (mediunidade, segundo os conceitos espíritas). Depois de concluir os estudos nessa área, passei a estudar, pesquisar e praticar com mais ênfase as ciências ocultas, parapsíquicas e sensitividades extrafísicas”, comenta.

Paralelamente, ele dedicou-se ao estudo da rabdomancia, radiestesia analítica e tele influente, disciplinas que permitem que as pessoas desenvolvam habilidades para detecção de energias e suas emanações em suas mais variadas manifestações.

“A rabdomancia (adivinhação com o uso de varas) é milenar e passou a ser referenciada como radiestesia a partir do momento em que o processo passou a ser estudado de forma paracientífica e posteriormente científica, deixando de ser tratada como rabdomante (adivinhação), e as radiações com a utilização de instrumentos específicos passaram a ser consideradas sensibilidade humana”, diz o professor. Radiestesia é a sensibilidade para captar energias de natureza eletromagnética, emanadas de todo tipo de vibrações, como minerais, vegetais, animais e elétricas. “Trata-se de um método de diagnóstico sinestésico, que pode ser considerado complementar, porém sua aplicação é muito abrangente. Sinestesia é um fenômeno neurológico que consiste na produção de duas sensações de naturezas diferentes por meio de um único estímulo. É um termo que caracteriza a experiência sensorial de certos indivíduos, nos quais sensações correspondentes a certo sentido são associadas a outro sentido”, ensina o professor.

As prospecções por meio da radiestesia são ilimitadas. Pode-se detectar energias de subsolo ou telúricas, ambientais, micro-ondas, orgânicas, vegetais e de animais. “A mais utilizada é a prospecção de energias biológicas, fisiológicas, psíquicas e psicológicas, denominada “radiestesia clínica”, que objetiva detectar e confirmar emanações de energias desequilibradas, próprias de processos patológicos já instalados no corpo denso ou físico, ou ainda em estado influente no campo áurico, nesse caso, favorecendo a possibilidade de energias desarmônicas serem tratadas ou eliminadas para que não venham a gerar distúrbios patológicos telúricos ou doenças”, explica Cafarelli.

Impulso nervoso gera movimentos

O leigo alimenta uma curiosidade: o que move o pêndulo? “Ele, como qualquer outro instrumento usado em radiestesia, se movimenta por meios de impulsos nervosos sutis inconscientes do operador, que é o receptor das energias emanadas pelo objeto ou pela pessoa em questão”, ensina João Oreste Cafarelli.

Ele prossegue: “Ao ser sensibilizado pela energia emanada a partir de uma busca ou questionamento, o radiestesista tem como reação nervosa do cérebro um disparo de impulsos nervosos sutis, imperceptíveis a olho nu, que sensibilizam um pêndulo ou instrumento, fazendo-o se movimentar de forma variável e intermitente”, comenta o radiestesista.