A síndrome da pica, cujo nome científico é alotriofagia, é um distúrbio caracterizado pela ingestão de substâncias não comestíveis e comer coisas não comestíveis. A doença que é considerada grave e, inclusive, pode até matar, chamou a atenção das redes sociais e muitos internautas ficaram curiosos sobre a origem do nome.
O nome popular do distúrbio alimentar tem origem devido ao pássaro chamado pega-rabuda ou pica-pica. O termo “pica” vem da palavra em latim para o pássaro pica .
De acordo com Adriana Bacelo, nutricionista e pesquisadora de longevidade saudável no laboratório de saúde digital da Fiocruz no Ceará, a ave que originou o nome da síndrome de pica é conhecida por comer praticamente tudo e coletar indiscriminadamente uma variedade de objetos para saciar sua fome e curiosidade.
Os hábitos do pega-rabuda inspiraram o nome da síndrome de pica, uma vez que pacientes acometidos pelo distúrbio relataram, por exemplo, desejo de comer lascas de tinta de parede, tijolos, casca de ovos, torrões de terra, madeira, pregos, cola, cabelos, unhas, sabão, papel higiênico e até mesmo fezes de outros animais ou cinzas de cigarro.
Conforme a Associação Nacional de Distúrbios Alimentares dos Estados Unidos (NEDA - sigla em inglês), estudos sobre distúrbios alimentares no século XVI passaram a considerar a síndrome de pica como um sintoma de outra condição clínica, ao invés de ser a própria condição clínica.
O distúrbio alimentar por pica pode causar intoxicação e complicações, como constipação, obstruções do trato digestivo, intoxicação por chumbo devido à ingestão de lascas de tinta ou uma infecção parasitária devido à ingestão de terra.
Segundo o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, pós PhD em neurociências que estudou o caso em 2021, a síndrome de Pica pode acontecer com qualquer pessoa em qualquer fase da vida. Além disso, costuma ser diagnosticada a partir do hábito de comer compulsivamente coisas que não são comestíveis ou não têm valor ou benefício nutricional.
Tratamentos para síndrome de pica?
- Terapia aversiva leve - método que envolve ensinar as pessoas a evitar comportamentos de pica, usando as versões leves para ensinar as pessoas a evitar itens não alimentares e reforçar positivamente comportamentos alimentares saudáveis.
- Terapia comportamental - envolve ensinar a uma pessoa mecanismos e estratégias de enfrentamento para ajudá-la a mudar seu comportamento.
- Reforço diferencial - as pessoas aprendem a evitar comportamentos de pica, concentrando-se em outros comportamentos e atividades.