Frases de impacto e uma bela seleção de fotos são exemplos de iscas comuns, utilizadas por vendedores de carros usados em anúncios, e podem esconder verdadeiras armadilhas para quem que sonha em trocar de veículo.
A quem fale que o carro só teve um dono, outros preferem dizer que o usado é "completo", e também a quem tente seduzir os compradores garantindo que o carro está em "ótimo estado" de conservação.
Antes de tudo, é preciso ficar atento com as fotos. Com inúmeros programas de edição e retoque de imagem, confiar que um carro usado está mesmo impecável por fora e por dentro, só vendo ele de perto, na loja ou no endereço combinado.
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Avaliando as fotos: O que observar?
A primeira dica é: diferencie os veículos fotografados à luz do dia daqueles que estão em ambientes fechados, como garagens cobertas ou em lojas. Evite anúncios onde a carroceria não é mostrada por completo ou que estejam em ambientes escuros.
Observar os reflexos nas laterais pode ajudar a identificar irregularidades na lataria ou portas desalinhadas. Dê preferência a anúncios que apresentem fotos grandes e variadas, pois, em teoria, o dono do veículo não teria muito a esconder.
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Verificando as informações com o vendedor
Ao entrar em contato por telefone, é importante checar se o veículo possui mesmo todos os itens mencionados no anúncio. Não é raro o comprador inspecionar o carro pessoalmente e, depois, descobrir que itens antes anunciados, foram um engano, talvez mesmo proposital, por parte do vendedor.
Fique atento a preços muito abaixo do mercado justificados como resultado de sorteios, herança ou brinde. Essas são algumas artimanhas usadas para explicar preços irresistíveis. Desconfie também de ofertas de pessoas que afirmam ser funcionários de fabricantes. Pode ser um golpe.
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Carro usado: 6 dicas para não cair em golpe:
1. Detalhes que revelam o real estado do veículo
Ao avaliar o estado do carro usado, é importante prestar atenção a detalhes como amassados nas portas, rodas arranhadas e para-choques riscados. Os bancos devem estar limpos e sem rasgos, e é crucial verificar se a espuma do banco traseiro está afundada, o que pode indicar que o carro foi utilizado como veículo de aplicativo.
O painel e o revestimento das portas não devem apresentar riscos ou descolorações causadas por sol, ou lavagens malfeitas. Qualquer hesitação ou resposta evasiva por parte do vendedor também deve levantar suspeitas.
2. Retoques na pintura e lavagens no motor
Alguns vendedores utilizam artifícios para esconder imperfeições nos carros. Carros velhos com pinturas muito brilhantes e lisas podem ter passado por repinturas malfeitas disfarçadas pelo uso de ceras coloridas. Ao avaliar o veículo, é necessário verificar a carroceria em busca de riscos que podem estar encobertos pela cera.
Além disso, lavar o motor do carro pode dar a impressão de que ele está em perfeito estado, porém, a ausência de marcas de vazamentos não significa necessariamente que não existam. Evite carros cujos motores tenham sido lavados, pois isso pode indicar uma tentativa de fraude.
3. Cuidados ao avaliar o histórico do veículo
A procedência do veículo é fundamental na hora da compra. Mesmo que uma pesquisa não apresente alertas de furtos ou multas em atraso, ainda existe o risco de o carro ser clonado.
Para garantir uma boa procedência, é importante que o vendedor autorize que você leve o veículo a uma empresa especializada em vistorias, que emita um laudo técnico. Vale ressaltar que laudos podem ser forjados, então, é interessante buscar uma empresa confiável.
4. Único dono ou carro de diretoria? Cuidado com essa informação enganosa!
Ao adquirir um veículo usado, muitos compradores acreditam que um carro com apenas um dono ou que foi utilizado por diretores de grandes empresas está em bom estado. No entanto, é importante ter cautela.
É preciso verificar se o nome que consta na nota fiscal ou no manual do proprietário é o mesmo presente na documentação atual. Isso pode evitar golpes que envolvam informações falsas sobre a procedência do veículo.
5. Pouco rodado nem sempre é sinônimo de carro novo
Outro aspecto importante a ser observado é a quilometragem do carro. O desgaste dos pedais, bancos e revestimento do volante deve estar condizente com a quilometragem declarada.
Além disso, os pneus também fornecem pistas sobre a veracidade das informações. Se a loja afirma que o carro possui apenas 20.000 km, os pneus não devem estar novos, nem muito desgastados. A vida útil média de um jogo de pneus é de 40.000 a 60.000 km.
6. Hodômetros digitais também podem ser adulterados
Embora as fábricas afirmem que os hodômetros digitais são mais seguros, eles também podem ser facilmente adulterados. Para verificar se houve manipulação, é possível checar no manual se as revisões estão devidamente carimbadas com as quilometragens corretas.
Outra opção é levar o veículo a uma autorizada e solicitar que um funcionário conecte-o a um scanner capaz de revelar a quilometragem real do veículo. O estado da placa dianteira, que pode apresentar riscos após rodar mais de 50.000 km, também é um indício a ser considerado.
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