Com visual repaginado, o Jeep Renegade 2022 chegou às lojas tendo como maior novidade a presença em todas as versões do novo motor 1.3 turboflex, produzido pela Stellantis, de até 185 cv de potência (com etanol). O Jeep Renegade com motor 2.0 turbodiesel e 1.8 flex saiu definitivamente de linha.

Além do inédito propulsor, o Renegade apresenta mudanças pequenas, porém perceptíveis no desenho da carroceria. Grade frontal, retrovisores e  para-choques foram remodelados, bem como os faróis que, na versão Trailhawk (a partir de R$ 169.090), a top de linha avaliada pelo Super Motor, têm sistema full-led.

Renegade com iluminação em LED

Uma sacada legal é que as DRLs (as luzes diurnas) piscam em amarelo ao acionar a seta. As lanternas traseiras também são 100% com iluminação em led com novo estilo. O acendimento das luzes de freio e de seta foram remapeados em relação à versão 2021.

Visto de fora, outra novidade do Renegade Trailhawk são as rodas de liga leve de 17 polegadas, também com um grafismo inédito. A versão Trailhawk tem uma pegada mais aventureira, com suspensão elevado, e tração 4x4 com cinco modos de condução, em vez dos quatro de outras versões do Renegade, selecionáveis através de um botão no painel.

O que o novo Renegade top tem de legal?

Por dentro, o Jeep Renegade Trailhawk 2022 traz o esmero típico do acabamento dos modelos da Jeep, com materiais de boa qualidade e sem sinal de peças mal encaixadas. O painel emborracho se diferencia de outros modelos da categoria, que costumam ser de plástico rígido.

Os bancos são revestidos em couro sintético, material também presente em parte do forro das portas, no novo volante, e também no descansa-braço dianteiro central. O painel de instrumentos do Renegade Trailhawk agora é 100% digital, igual ao da Fiat Toro.

Equipamentos do Renegade Traillhawk 2022

O pacote de equipamentos do Renegade Trailhawk 2022 é mesmo bem completo. A central multimídia com tela touchscreen de 8,4 polegadas oferece boa conectividade.

A central espelha os apps do smartphone sem a necessidade de conexão por cabo, via Android Auto ou Apple CarPlay, além de permitir a conexão simultânea de dois aparelhos. Há entradas USB na parte da frente e atrás na cabine do SUV.

Na versão mais cara, o Jeep Renegade 2022 também vem equipado com carregador sem fio para celular, além de outras comodidades como ar-condicionado digital e automático de duas zonas, chave presencial, partida do motor por botão, além de retrovisor interno com sistema antiofuscante, sensor de chuva e acendimento automático dos faróis.

Teto solar panôramico é único opcional

O SUV da Jeep traz ainda sensores de estacionamento 360°, assistente de estacionamento, e freio de mão eletrônico. O único item opcional é o teto solar panorâmico, que sai por ‘salgados’ R$ 8.303, além da pintura, que pode ser metálica ou perolizada.

Em suma, o Renegade Trailhawk testado pelo Super Motor custa R$ 179.613, quase o mesmo valor de partida do agora antigo Jeep Renegade Trailhawk, com motor 2.0 turbodiesel.

Segurança de sobra, espaço de menos

Com um visual retrô bem descolado e agora com mais tecnologia embarcada, o Jeep Renegade segue entre na lista dos SUVs compactos preferidos dos brasileiros. No entanto, o espaço interno do utilitário-esportivo fica devendo.

Quem viaja atrás pode passar aperto dependendo da estatura que tiver. Outro ponto crítico do carro é seu porta-malas. Ele continua do mesmo tamanho, com parcos 314 l de capacidade, menor que dois de seus maiores rivais de mercado, o VW Nivus (415 l) e o VW T-Cross (420 l),  por exemplo.

Novo Renegade pode frear sozinho

Por outro lado, o Renegade Trailhawk não deixa nada a desejar aos concorrentes quanto à segurança. A versão top de linha do SUV da Jeep traz agora sete airbags, além de outros itens como alerta de colisão com sistema de frenagem autônoma de emergência e sistema de permanência em faixa e de leitura de placas.

Sensores de ponto cego,  detector de fadiga e de tráfego cruzado na parte traseira, algo muito útil para não bater o carro ou atropelar alguém ao dar ré no veículo, completam a lista. Só ficou faltando mesmo o piloto automático adaptativo (ACC).

Mudança do motor deixou o Jeep Renegade pior?

Na pista, o Renegade Trailhawk também não faz feio. Apesar de muitos torcerem o nariz pela troca do motor 2.0 turbodiesel pelo 1.3 turbinado movido a gasolina ou etanol, o desempenho do jipinho continua também bom quanto antes.

Mesmo com a redução do torque máximo disponível, de 35,7 kgfm (do Renegade turbodiesel) para 27,5 kgfm (do Renegade 1.3 turboflex), o novo motor do SUV responde com agilidade às pisadas no acelerador.

O propulsor trabalha em melhor harmonia com o câmbio automático de nove marchas, seja na cidade ou na estrada, oferecendo retomadas até mais rápidas em comparação com o motor 2.0 turbodiesel, do antigo Jeep Renegade.

Consumo do novo Jeep Renegade

O que piorou de fato no novo Renegade é a questão do consumo. Se o Renegade com motor 2.0 turbodiesel costumava fazer média de 10 km/L, no novo Jeep Renegade equipado com motor 1.3 turboflex, a média registrada pelo Super Motor durante o teste caiu para 8,1 km/L em percurso misto (cidade/estrada), abastecido com etanol.

Isso ainda com o sistema start/stop do motor ligado direto e sem utilizar o modo Sport de direção, ou seja, no modo mais econômico possível.

SUV é legítimo off-road e gostoso de dirigir

Apesar de não parecer, o Renegade Trailhawk é um legítimo veículo off-road capaz de encarar praticamente qualquer percurso fora de estrada. Com bons ângulos de ataque e de saída, boa altura do solo, além da tração 4x4 com reduzida e controle automático de velocidade em descida.

Entre esses e outros quesitos, a versão Trailhawk recebe a assinatura “Trail Rated”, da Jeep, um selo que autentica toda a  capacidade off-road efetiva do SUV após passar por uma bateria de rigorosos testes práticos feitos pela marca. 

Com suspensão independente nas quatro rodas, o rodar do Renegade é macio. O carro filtra com eficiência as irregularidades do solo e trafega pela cidade ou estrada de terra com um silêncio a bordo que surpreende.

Numa tocada suave, a altura maior do carro em relação ao solo não compromete em nada a estabilidade. A direção elétrica progressiva ajuda no trabalho de transmitir segurança ao motorista, bem como os freios a disco nas quatro rodas.