Com 40 leitos e uma capacidade de atender cerca de 300 pacientes por dia e realizar 200 internações por mês, o primeiro dos três hospitais temporários prometidos pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para atendimento a casos suspeitos de dengue, zika e chikungunya, que está localizado ao lado da UPA Norte, começará a receber pacientes a partir da próxima sexta-feira (1º de março). A unidade funcionará em tendas do hospital de campanha que foi cedido pelo governo de Minas e contará com 170 profissionais de saúde contratados pelo município.
Em coletiva de imprensa promovida nesta terça-feira (27), o secretário municipal de saúde, Danilo Borges, explicou que a escolha da regional Norte para instalação do hospital de campanha ocorreu devido a alta de 66% nos atendimentos de casos suspeitos de arboviroses na UPA Norte, passando de 1.427 em janeiro para 2.382 em fevereiro.
"Nas próximas duas semanas estamos esperando uma pressão assistencial muito grande. As unidades estão cheias, mas todos serão atendidos. É muito importante que se diga que nenhum caso grave, que requer hospitalização e principalmente CTI, está ficando sem acesso em BH", garantiu o secretário.
Ainda conforme Borges, os pacientes com sintomas como febre, dor de cabeça e manchas pelo corpo podem procurar o hospital temporário da UPA Norte como primeiro atendimento, onde passarão por uma consulta em um contêiner que será instalado ao lado das tendas. Em caso de necessidade, o paciente será encaminhado para a reidratação ou internação nos leitos disponíveis no local.
"Não precisa passar em nenhum outro lugar antes. Pode vir direto, ele funcionará como porta aberta, durante as 24 horas do dia", completou. Além do atendimento, na nova unidade exclusiva para arboviroses também será possível a realização dos exames para diagnosticar as doenças.
O hospital de campanha começará a funcionar nesta sexta inicialmente apenas com o objetivo de desafogar os atendimentos na UPA. Somente a partir de segunda-feira (4) a unidade estará em pleno funcionamento, de maneira totalmente independente da UPA, ainda conforme Borges.
Também presente na coletiva, o secretário estadual de saúde, Fábio Baccheretti, explicou que as tendas cedidas à PBH foram doadas ao governo de Minas pelos Estados Unidos, ainda durante a pandemia de Covid-19. Até então, a estrutura só tinha sido usada uma vez, em Unaí, no Noroeste do Estado, quando a cidade mineira viveu uma alta de casos do coronavírus.
"Para além do hospital de campanha, nós estamos tentando ajudar os municípios o máximo possível, cedendo ou doando poltronas, suporte de soro, entre outras coisas. Até o momento, nenhum outro município procurou o Estado para pedir este tipo de ajuda, mas, como a dengue tem um crescimento desigual em Minas, não deve demorar muito para que essa estrutura possa migrar para outra cidade, caso haja necessidade", garantiu o secretário estadual.
Prefeitura já contratou 510 profissionais de saúde
No último dia 17 de fevereiro, após a decretação da situação de emergência em Belo Horizonte, o prefeito Fuad Noman (PSD) anunciou que seria promovida a contratação de até 600 novos profissionais de saúde para enfrentamento à epidemia de dengue. Passados dez dias do anúncio, segundo o secretário municipal Danilo Borges, já foi feita a contratação de 510 destes profissionais.
"Deste total, 200 são médicos e o restante de técnicos de enfermagem e de laboratório, auxiliares administrativos e enfermeiros. Portanto, é um contingente que vem acrescentar à nossa equipe. Lembrando que os nossos profissionais, efetivos ou contratados, também estão sendo convidados a ampliarem sua jornada de trabalho. Muitos já ampliaram sua carga horária e então dando plantões extras, todos muito imbuídos desse espírito de enfrentamento, de união, que a gente precisa ter nessa fase tão difícil que a gente está atravessando", concluiu.