Os números de casos e mortes de meningite aumentaram em Minas Gerais em 2022. Os números da Secretaria de Estado de Saúde (SES) mostram que de janeiro a junho deste ano foram registrados 465 casos da doença no Estado. Em todo 2021, foram 459. A média mensal deste ano, ainda que com dados parciais, é de 77,5, quase o dobro do ano passado (38). 

O que também assusta é o número de mortos no primeiro semestre de 2022. Já foram 71 vítimas pela doença. De janeiro a dezembro de 2021, foram 51 óbitos. A reportagem de O TEMPO traz os esclarecimentos do Ministério da Saúde sobre as principais dúvidas relacionadas à enfermidade.

O que é meningite?

A meningite é uma inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. No Brasil, a meningite é considerada uma doença endêmica. A ocorrência das meningites bacterianas é mais comum no outono-inverno e das virais na primavera-verão. 

Quais são os tipos de meningite? 

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente, existem 12 sorogrupos de meningite identificados, entre eles os tipos A, B, C, W, X e Y.  No Brasil, o tipo mais frequente é o meningococo C. 

O que causa a meningite?

Pode ser causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas. As meningites virais e bacterianas são as de maior importância para a saúde pública, considerando a magnitude de sua ocorrência e o potencial de produzir surtos.

Apesar de ser habitualmente causada por microrganismos, a meningite também pode ter origem em processos inflamatórios, como câncer (metástases para meninges), lúpus, reação a algumas drogas, traumatismo craniano e cirurgias cerebrais.

Como a meningite é transmitida?  

Em geral, a transmissão é de pessoa para pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta. Também ocorre a transmissão fecal-oral, através da ingestão de água e alimentos contaminados e contato com fezes. 

Quais são os sintomas da meningite bacteriana?

A meningite bacteriana é geralmente mais grave e os sintomas incluem febre, dor de cabeça e rigidez de nuca. Muitas vezes há outros sintomas, como mal-estar, náusea, vômito, fotofobia (aumento da sensibilidade à luz), status mental alterado (confusão). Com o passar do tempo, alguns sintomas mais graves de meningite bacteriana podem aparecer, como convulsões, delírio, tremores e coma.

Quais são os sintomas da meningite viral? 

Os sintomas iniciais são semelhantes aos da meningite bacteriana: febre, dor de cabeça, rigidez de nuca, náusea, vomito, falta de apetite, irritabilidade, sonolência ou dificuldade para acordar do sono, letargia, fotofobia (aumento da sensibilidade à luz).

Em recém-nascidos e bebês, alguns dos sintomas descritos acima podem estar ausentes ou difíceis de serem percebidos. O bebê pode ficar irritado, vomitar, alimentar-se mal ou parecer letárgico ou irresponsivo a estímulos. Também podem apresentar a fontanela (moleira) protuberante ou reflexos anormais.

Como é feito o tratamento da meningite? 

Devido à gravidade do quadro clínico, os casos suspeitos de meningite sempre são internados nos hospitais, por isso, ao se suspeitar de um caso, é urgente a procura por um pronto-socorro hospitalar para avaliação médica.

Para tratamento das meningites bacterianas, faz-se uso de antibioticoterapia em ambiente hospitalar, com drogas de escolha e dosagens terapêuticas prescritas pelos médicos assistentes do caso. Recomenda-se ainda o tratamento de suporte, como reposição de líquidos e cuidadosa assistência.

Como prevenir a meningite?

A meningite é uma síndrome que pode ser causada por diferentes agentes infecciosos. Para alguns destes, existem medidas de prevenção primária, tais como vacinas e quimioprofilaxia. As vacinas estão disponíveis para prevenção das principais causas de meningite bacteriana.

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza as seguintes vacinas contra meningites: 

  • Vacina meningocócica C

São indicadas duas doses, aos 3 e aos 5 meses e um reforço preferencialmente aos 12 meses.  

Segundo a nova orientação do Ministério da Saúde, se a criança de até 10 anos não tiver se vacinado, deve tomar uma dose da meningocócica C.  

Já os trabalhadores de saúde, mesmo com o esquema vacinal completo, podem se vacinar com mais uma dose. 

  • Vacina ACWY (quadrivalente)

Indicadas para adolescentes de 11 e 12 anos.

  • Vacina pneumocócica 10-Valente (conjugada)

São indicadas duas doses e um reforço: aos 2 e 4 meses, com reforço aos 12 meses. 

  • Vacina Haemophilus influenzae tipo b – Hib

São três doses: aos 2, 4 e 6 meses.Para crianças com mais de 5 anos, adolescentes e adultos não vacinados e com doenças que aumentem o risco da doença, são indicadas duas doses com intervalo de dois meses. 

  • Vacina BCG

Administrada em dose única ainda na maternidade ou no posto de saúde até um mês após o nascimento.

  • Pentavalente

Protege contra as doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo B, como meningite, e também contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B. Indicada aos 2 meses, aos 4 meses e aos 6 meses.