Os professores de escolas particulares de Belo Horizonte e de municípios abrangidos pela Convenção Coletiva de Trabalho (CCT-MG) decidiram, nesse sábado (14), fazer uma interrupção das atividades no dia 24 deste mês.
De acordo com o Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro-MG), o protesto é reflexo da tentativa dos donos de escolas em "retirar direitos históricos" dos educadores. Ainda não há previsão de greve por tempo indeterminado.
"Foi deliberado, por unanimidade, uma paralisação dos professores das escolas privadas de Minas Gerais no dia 24 de maio, quando nós faremos, às 10h, uma assembleia, e depois um ato", informou Valéria Morato, presidente da entidade.
Conforme o Sinpro-MG, os empresários querem acabar com a cláusula da isonomia salarial, reduzir o valor do adicional por tempo de serviço, alterar férias e recessos e extinguir bolsas de estudos para parcela da categoria.
Em reunião no último dia 30, os educadores decidiram rejeitar, por unanimidade, a contraproposta feita pelos donos de colégios nas negociações da campanha reivindicatória de 2022. Segundo o Sinpro, os empresários ofereceram 5% para a educação básica e 4% para o ensino superior. "Os índices são bem abaixo da inflação oficial", completou a entidade.
Outro lado
O presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (SinepeMG), Winder Almeida de Souza, explicou que as negociações com os três sindicatos com os quais a entidade tem convenção coletiva estão "avançadas". Segundo ele, para muitas escolas, principalmente aquelas de pequeno e médio portes, há um grande desafio em dar um ajuste salarial maior neste ano.
"Isso é devido à questão financeira delas, em relação a empréstimos e as dificuldades que elas tiveram nesses dois anos de paralisação. O curso superior passa por um momento muito difícil com a questão das aulas, com uma dificuldade maior de recompor os salários neste ano. Vai levar um pouco mais de tempo para isso", declarou Winder.
Apesar disso, ele afirmou que crê que, "dentro desse mês, a gente terá um acordo fechado que será bom para todas as partes", finalizou.