Aproximadamente 300 pessoas compareceram a manifestação intitulada como “Massa Crítica Belo Horizonte - Bicicletada / mais amor, menos motor”, na noite desta sexta-feira (31). O ponto de encontro dos ciclistas foi a praça da Estação, no centro de Belo Horizonte. A expectativa era de que 1.500 pessoas comparecessem ao encontro, já que esse era o número de perfis que confirmaram presença na página do movimento “Ciclo em BH”, no Facebook.

Por volta de 20h, os 300 ciclistas deixaram a praça da Estação e seguiram pelas ruas da região Centro-Sul da capital. Manifestantes devem passar pela avenida Afonso Pena, seguindo pela Savassi, e voltando para o centro de Belo Horizonte.

Alguns participantes compareceram ao encontro de patins, bicicleta, skate ou patinete. A manifestação pacífica é transmitida ao vivo por meio do link http://twitcasting.tv/bhpedalando, uma forma de incluir quem não pode comparecer fisicamente, ao ato.

"O intuito é fazer com que as pessoas enxerguem a bicicleta como um meio de transporte e não apenas como um instrumento de passeio. Geralmente os outros autores do trânsito não respeitam um veículo não motorizado sozinho, por isso a ideia de reunir várias pessoas, para sermos vistos como parte do trânsito”, explicou Guilherme Tampiere, integrante do movimento.

Por volta de 19h, alguns ciclistas começaram a se concentrar na praça. A organização do encontro distribuiu para quem passava pelo local uma cartilha - uma espécie de mapa de circulação - para quem aderiu ao movimento. O objetivo é entender por onde os ciclistas da capital estão pedalando.

Para o biólogo e ciclista, Túlio Jorge, de 26 anos, o maior desafio é mostrar para a sociedade que o ciclista faz parte do tráfego da capital. "Esse movimento serve para que a gente seja visto, mas além disso, o importante é que a população entenda que nós também fazemos parte do trânsito da cidade", declara.

 Primeiro protesto

O ato desta quinta-feira (30) nas ruas do centro da capital teve um foco diferente, mas a temática foi a mesma: mobilidade urbana. O tema, que foi o estopim para a onda de protestos em todo o Brasil iniciada em junho do ano passado, ainda gera muita insatisfação entre os belo-horizontinos.

Principalmente depois que o prefeito Marcio Lacerda cancelou a taxa de Custo de Gerenciamento Operacional paga pelas empresas de transporte. O decreto foi publicado no dia 23 deste mês e o cancelamento da cobrança da taxa representa R$ 0,05 em cada passagem.

Isso significa que os empresários do transporte público deixarão de pagar um total de R$ 22 milhões para a população, mas o valor não será abatido na passagem. Os organizadores do protesto ainda fizeram questão de lembrar que a auditoria das empresas de ônibus, com resultados prometidos para o fim de outubro, até hoje não foram entregues.

A manifestação ocorreu entre a avenida Afonso Pena e Praça da Estação, e houve empurra-empurra, tropa de choque e até spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo por parte da Polícia Militar. Apesar do início de um possível conflito, ninguém foi preso ou ferido.

Em Montes Claros

Assim como em Belo Horizonte, Montes Claros, no Norte de Minas, também terá sua primeira Bicicletada - Massa Crítica. O tema é "um carro e menos" e o objetivo é tentar ganhar o respeito dos veículos motorizados que trafegam pelas ruas do município. A ideia é deixar claro aos motoristas que a bicicleta é apenas mais um componente da mobilidade urbana e que merece o devido respeito.

A concentração será em frente ao Shopping Popular de Montes Claros, a partir de 18h. O ato irá terminar "onde as bicicletas os levarem", segundo os manifestantes do município.

Massa Crítica - Bicicletada

A Bicicletada é um movimento no Brasil e em Portugal - onde é possível alugar bicicletas a preços acessíveis para trafegas pelas ruas das cidades - inspirado pela Massa Crítica, onde ciclistas se juntam para reivindicar por espaço nas ruas. O movimento também serve para divulgar a bicicleta como um meio de transporte econômico e sustentável no meio urbano. O Massa Crítica não tem um líder e agrega todas as pessoas que não são usuárias de veículos, mas lutam pelo direito de pedalar e circular.

Em Belo Horizonte o movimento acontece no primeiro domingo do mês e na última sexta-feira.