A morte de um homem, de 29 anos, conhecido como Marquinhos, com três tiros disparados por um policial militar será alvo de Procedimento Criminal aberto nesta segunda-feira (18) pelo Ministério Público de Minas Gerais. O assassinato ocorreu no último sábado, na Vila Barraginha, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.
A investigação vai ocorrer a pedido da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que aponta outros três casos de assassinatos de moradores da região supostamente cometidos por agentes de segurança pública. Um vídeo mostrando o momento dos disparos circula nas redes sociais e dá argumentos para um debate sobre possível abuso policial. A corporação nega e alega que o agente agiu em legítima defesa em reação a uma suposta agressão da vítima.
O que a PM diz
De um lado, a Polícia Militar alega que foi acionada para apurar disparos de arma de fogo que estariam sendo feitos durante uma festa julina no local. A denúncia, conforme a PM, indicava que um homem conhecido como "Marquinhos", que seria o chefe do tráfico na região, estaria com uma arma e ameaçando os participantes da festa. O homem estaria se envolvendo em brigas.
Quando chegaram ao local, os policiais teriam se deparado com o homem de 29 anos que, segundo a PM, não teria obedecido às advertências verbais e teria tentado tomar a arma de um dos sargentos que atendia a ocorrência. Nessa versão, o militar teria reagido e atirado três vezes contra o homem.
O que os familiares e conhecidos da vítima dizem
Já segundo os familiares e conhecidos de Marquinhos, que estavam no local, a confusão teria sido iniciada na porta de uma pastelaria, quando o homem resolveu tirar satisfação com um vizinho que estaria se vangloriando no bairro por ter engravidado uma criança de 12 anos.
Marquinhos, que já estaria bêbado, teria pegado um pedaço de pau e foi para cima do outro morador, que estava armado pois tinha autorização legal de porte. Eles teriam discutido e Marquinhos tomou a arma dele e, depois disso, desferiu coronhadas. Os moradores falam que não houve disparos, ao contrário do que disse a PM. Após a confusão, a família do vizinho teria chamado a polícia para o local.
As testemunhas negam ainda que Marquinhos tenha tentado tomar a arma do policial. Os vídeos que circulam nas redes sociais não mostram esse momento e a PM alega que houve corte nas imagens.