Missionário

Saiba como foram os últimos anos de padre Quevedo em BH

Missionário jesuíta era discreto e não chegou a andar muito pelas ruas da capital mineira, local em que passou os últimos seis anos

Por Da Redação
Publicado em 09 de janeiro de 2019 | 15:31
 
 
Padre Quevedo morava em Belo Horizonte desde 2012 Foto: Fabiano Aguiar / Colégio Loyola

Discreto, estudioso e muito curioso a cerca dos assuntos a que se propunha investigar. Assim era padre Oscar González Quevedo, de 88 anos, que morou seus últimos seis anos de vida em Belo Horizonte e morreu nesta quarta-feira (9) em decorrência de problemas cardíacos.

Padre Quevedo, nas palavras do amigo padre Mac Dowell, de 84, que vive em BH há 20 anos, "era um missionário que amava o Brasil e dedicou sua vida para que as pessoas possam entender melhor o sentido da vida, em todos os seus aspectos, sendo eles científicos ou humanos".

Quem abrigou Quevedo desde 2012 foi a residência Irmão Luciano Brandão, no bairro Planalto, na região Norte da capital. O lugar acolhe padres jesuítas da terceira idade que não atuam mais na sociedade. Durante sua estadia na capital mineira, o padre famoso pelo bordão "isno non ecziste" foi uma pessoa reservada e não gostava muito de sair de casa.

"Nos primeiros anos que passou em Belo Horizonte, ele ainda usava o computador, se dedicando aos seus estudos. Eu o visitava quase que toda semana. Não tenho conhecimento se escreveu algum novo texto ou artigo, mas posso falar que ele não chegou a conhecer muito a cidade. Ele não gostava de sair. Chegou aqui bem lúcido há alguns anos, mas no fim da vida foi sofrendo com problemas de lucidez, decorrentes da idade", conta o amigo Mac Dowell.

Natural de Madri, na Espanha, padre Quevedo ingressou na Companhia de Jesus aos 15 anos. Em 1959, aos 29, o jesuíta desembarcou no país e, na década de 60, naturalizou-se brasileiro.

"Ele amou o Brasil e dedicou-se completamente ao país", completa o padre Mac Dowell, que garante que dentro ou fora dos holofotes, o amigo era a mesma pessoa: extrovertida e compromissada. No país, ele atuou como professor universitário de parapsicologia no Centro Universitário Salesiano de São Paulo (Unisal) e no Centro Latino-Americano de Parapsicologia (Clap), onde também foi diretor.

Considerado um dos maiores especialistas do mundo na área de Parapsicologia, padre Quevedo é autor de dezenas de livros, muitos traduzidos para outras línguas. "O que é parapsicologia", "A Face Oculta da Mente" e "As Forças Físicas da Mente" estão entre suas principais publicações. Também ganhou notoriedade  no quadro "O Caçador de Enigmas", do Fantástico, na TV Globo. 

O enterro de padre Quevedo está marcado para esta quinta-feira (10), às 11h, no Cemitério Bosque da Esperança, em Belo Horizonte. Segundo a assessoria de impresa da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Tecnologia (Faje), o velório, a missa de corpo presente e o sepultamento serão cerimônias reservadas para familiares, amigos e religiosos.