Do Tetris ao Fortnite, os videogames foram se tornando cada vez mais sofisticados e complexos. Os jogadores estão por todos os lados: no metrô, absortos em passatempos para smartphones; na sala de casa, com um console para jogar em rede com amigos; ou no computador, em jogos imersivos em alta definição. Em meio a essa paisagem já muito variada, aterrissa nesta terça-feira (19) o serviço de “cloud gaming” (jogos na nuvem) do Google.
A melhora das redes de comunicação permitiu o avanço do jogo online. O desenvolvimento da conexão ADSL e da fibra ótica por um lado, e do 4G e do 5G por outro, favoreceu o surgimento de jogos multiplayer em rede, dos e-sport (competições de videogames, incluindo torneios profissionais com patrocinadores) e dos jogos nos telefones, solitários ou com amigos online.
Mas, para jogar online, primeiro deve-se instalar o jogo localmente, no dispositivo, para depois acessar os servidores do editor do jogo. Aqui também, a qualidade da experiência depende principalmente da potência do hardware utilizado.
O “cloud gaming” promete superar esses problemas de hardware: uma simples tela e um controle serão suficientes para jogar, potencialmente, em qualquer dispositivo.
Com os jogos na nuvem, o essencial do cálculo informático ocorre nos servidores. Portanto, a qualidade da imagem e a capacidade de resposta se baseiam na potência deste computador remoto e na velocidade da rede.
Startups como a francesa Shadow já haviam se lançado a captar esse nicho. Outra, Gaikai, foi comprada pela Sony para oferecer um serviço de cloud gaming, PlayStation Now, que conta agora com 700 mil assinantes, mas só dá acesso a uma parte dos jogos do console. A Microsoft está também nisso com o xCloud. Mas o Google promete nada menos que uma “revolução” com Stadia.
No longo prazo, a nova plataforma deve permitir a seus usuários desfrutar de seus jogos com uma qualidade ótima e mesmo que mudem de um suporte a outro: computador, smart TV, smartphone. Os jogadores poderão, então, dedicar seus gastos a jogos (e a uma boa conexão sem fio).
Ao vivo
O videogame é seguido ao vivo, como acontece com uma partida de futebol. Em plataformas de live streaming como Twitch (Amazon) e Mixer (Microsoft), jogadores amadores ou profissionais transmitem suas partidas ao vivo, e os fãs comentam as ações nos chats.
Console favorito
Os puristas do videogame têm seu console favorito ou um computador com muita memória e uma placa de vídeo, necessários para evitar a lentidão que arruinaria a fluidez das ações na tela. Antes de começar uma partida, os jogadores primeiro devem instalar seu jogo, o que demanda cada vez mais tempo – devido à complexidade e qualidade de gráficos, que requerem mais espaço nos dispositivos.
Lançado em 1985, o primeiro Super Mario Bros. “pesava” só 40 kilobytes (kB), enquanto o Death Stranding, o último sucesso do PlayStation 4, requer pelo menos 55 gigabytes (GB) – uma multiplicação por mais de 1,3 milhão. Quando se joga em modo local, a potência informática necessária se encontra na máquina, o que explica o lançamento regular de consoles e computadores para games.
Popularidade
Em 2019, a plataforma de streaming de séries e filmes Netflix mencionou o Twitch e jogos exitosos como Fortnite na corrida pela atenção dos consumidores.