Médium

Zé Arigó ganha exposição em Congonhas 

Acervo permanente pode ser visitado no Museu da Imagem e Memória

Ter, 01/09/15 - 03h00
O médium Zé Arigó operou centenas de pessoas | Foto: Acervo da família de Zé Arigó

A mediunidade de José Pedro de Freitas, conhecido como Zé Arigó, ganha lugar de destaque, ao lado de outros cidadãos, na exposição permanente “Museu de um Povo”, no Museu da Imagem e Memória de Congonhas.

Entre os itens que compõem o acervo estão cartas psicografadas, cartas de médicos que haviam desenganado seus pacientes, mas indicavam a intervenção de Arigó como última solução, utensílios usados pelo médium nas cirurgias e fotos.

Muitas são as histórias de curas do médico, que morreu em janeiro de 1971. Arigó teve sete filhos, e o único a ser operado por ele foi Sydney Wenceslau de Freitas, 64, o quarto deles. Ainda hoje, ele narra a cirurgia com riqueza de detalhes.

“Eu fui um menino muito doente. Tinha asma, chiava muito e chegava a desmaiar, mas meu pai se recusava a me operar. O dr. Fritz, médico que meu pai incorporava, dizia que ‘não era a hora de o piquitito do Arigó operar’, e meu pai obedeceu. Eu fiquei triste, queria tirar aquele caroço”.

Sydney conta que tinha 9 anos quando estava jogando bola de gude com sua irmã. “O auxiliar do meu pai veio me buscar a mando do dr. Fritz. “Meu pai segurou meu braço direito e o levantou. Colocou um crucifixo nele, deu três tapas na minha testa e perguntou para as pessoas que estava lá, mais de 200, quem tinha um canivete. Um senhor entregou a ele um canivete ainda sujo de laranja. De repente meu braço começou a formigar, ficou pesado. Ele fincou a ponta do canivete, fez um buraco, puxou o caroço com o dedo, e não saía sangue. Isso aconteceu em menos de cinco minutos. Ele fez um curativo e me deu uma receita de cem ampolas de injeção para tratamento da asma”.

Zé Arigó revelou mais tarde a Sydney que a cirurgia não tinha sido autorizada antes porque a asma foi um processo de depuração do seu espírito e que ele tinha que passar por todo aquele sofrimento. O tumor no braço não voltou.

Em 1990, Sydney teve metaplasia mieloide agnogênica, doença maligna na medula óssea, que provoca hemorragia em órgãos filtradores do organismo.

“Fui paciente terminal, fiquei internado 44 dias, sendo 14 no CTI. Os médicos me deram apenas cinco anos de vida. Acho que fui ajudado espiritualmente pelo meu pai ou pelos outros espíritos de luz, como Bezerra de Menezes”, acredita Sydney.

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