A atuação das autoridades deve ter precisão cirúrgica em eventos como o Carnaval de Belo Horizonte. A festa deste ano terá 536 blocos e aproximadamente 5,5 milhões de pessoas nas ruas. O crescimento da folia a cada edição exige do poder público eficiência no planejamento para garantir o sucesso da festa e a segurança dos cidadãos.

A festa da capital mineira vem se consolidando na última década, sem registros de ocorrências policiais de grandes proporções diretamente relacionadas à folia. Existem, porém, problemas crônicos que devem ser suprimidos com rigor, como furtos, roubos, brigas e assédio sexual.

A técnica empregada por agentes de segurança em cada um desses casos deve ser eficiente e proporcional. No Ensaio Geral realizado no último fim de semana, policiais militares usaram spray de pimenta para dispersar uma suposta briga no desfile do bloco Truck do Desejo. A atuação dos agentes gerou válida discussão, o que deve levar ao aprimoramento do protocolo para ações futuras.

Aglomerações são um barril de pólvora, e o comportamento da massa é muitas vezes imprevisível. A festa e a tragédia são separadas por uma linha tênue. A tecnologia, com o levantamento de dados, permite que os riscos sejam reduzidos. A Polícia Militar de Minas Gerais diz estar preparada, inclusive para os eventos esportivos de grande apelo que vão ocorrer dentro do período carnavalesco.

Diante do crescimento do Carnaval, agentes políticos têm dado inédita atenção ao evento neste ano, embalados pela disputa eleitoral que se aproxima. Quando a folia começar, a cooperação entre órgãos estaduais e municipais será decisiva para que a folia ocorra dentro da normalidade. A colaboração da própria sociedade, seja folião ou não, também é fundamental para a paz durante a festa.

O Carnaval deve movimentar R$ 1,8 bilhão em todo o Estado neste ano, além de reforçar uma conquista cultural do povo mineiro. A segurança pública deve atuar em favor da defesa desse patrimônio, de maneira técnica e imparcial.