O deputado federal Aécio Neves (PSDB) saiu em defesa, nesta quinta-feira (7/12), do governador Romeu Zema (Novo). Segundo Aécio, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), não pode cobrar respeito, "desrespeitando o governador de Minas Gerais". Para ele, o ministro tem colocado "questões políticas em cima das questões técnicas". 

Pela manhã, Haddad teceu inúmeras crítica à postura de Romeu Zema em relação a uma busca para a resolução da dívida bilionária do Estado com a União. Segundo o chefe da equipe econômica de Lula, o mineiro não tem ajudado no processo, mas sim atrapalhado com críticas públicas direcionadas ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD) e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).  

"O ministro cobra, por exemplo, que ele (Zema) tivesse resolvido a questão da dívida quando o presidente era Bolsonaro, seu aliado. Seria no mínimo eticamente esperado que ele (Haddad) também dissesse o porquê isso não foi resolvido no tempo em que o governador Pimentel era aliado da presidente Dilma, quando a situação era a mesma. A situação não é tão simplista assim. O ministro da Fazenda cobra respeito do governador, desrespeitando o governador de Minas Gerais", afirmou Aécio durante encontro com o presidente da Assembleia, Tadeu Martins Leite (MDB). 

O ex-governador apresentou nesta quinta-feira uma sugestão alternativa à adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e à proposta encabeçada pelo presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD). "Nós precisamos tirar essa questão do palanque. Eu vi ali hoje pela manhã não um ministro da Fazenda, que deveria ser um técnico na busca pela solução dos problemas de todos os entes federados, mas um ex-candidato a presidência da República e, talvez, um pretenso candidato à presidência da República colocando mais uma vez as questões políticas em cima das questões técnicas", completou.

O deputado federal fez questão de frisar que apesar da fala, ele não compactua com a gestão do governador mineiro. "Vocês sabem que eu não sou correligionário do governador Zema. Critico muito, inclusive, o seu discurso da não política, essa incapacidade ou falta de gosto do governador pelas conversas políticas nos levou a esse impasse (..) mas quando se atinge o governador de Minas, se ataca todo o Estado. É inadmissível a forma como o ministro da Fazenda se dirigiu hoje ao governador de Minas. Pode-se gostar ou não dele, mas ele é o governador de todos os mineiros", pontuou.