O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) é alvo de ataques de aliados do presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais nesta terça-feira (4). A onda de críticas veio após o general dizer que não teme uma retaliação dos Estados Unidos se o país escolher uma empresa chinesa na disputa pela conexão 5G no Brasil. As declarações foram dadas à rádio "Jovem Pan". Os Estados Unidos acusam a Huawei de ser espiã do governo do gigante asiático. Por isso, o embaixador norte-americano no país, Todd Chapman, previu consequências para o Brasil caso o país permita a operação dos chineses.
Segundo Mourão, porém, mais de um terço das empresas de comunicação que atuam no 4G do Brasil têm equipamentos da Huawei e, por isso, banir os chineses traria prejuízos. Além disso, ele afirma que não seria possível ao governo impedir que uma firma participasse do leilão.
Os bolsonaristas, porém, não gostaram. O blogueiro Allan dos Santos, por exemplo, criticou o vice em seu perfil alternativo no Twitter, criado após o banimento determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "Quem precisa de um inimigo quando se tem um vice como esse?", questinou, usando a palavra "inimigo" em caixa alta.
Já a ativista Sara Winter usou palavrões para se referir ao vice e chamou Mourão de "general Mulão".
Mais comedido, o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) também discordou do general.
"Com todo apreço e carinho que tenho pelo vice-presidente, a retaliação será nossa, não dos EUA. Parece que o governo não entendeu a dimensão da guerra. Fazer esse tipo de negócio, que envolve dados, vulnerabilizando segredos de propriedade intelectual, não se faz com comunista", completou.
As críticas da base mais radical do bolsionarimo fizeram com que o nome do vice-presidente fosse parar nos trending topics do Twitter nesta terça-feira.