As federações PT/PCdoB/PV e Psol/Rede, ambas do campo de esquerda, tentam costurar um nome único para representá-las na eleição municipal em BH, mas há um temor de que um velho imbróglio surja novamente: o PT lançar um candidato isolado, sem apoio das demais siglas, por determinação da executiva nacional da legenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A frente ampla foi tema de uma discussão entre presidentes municipais dos cinco partidos que compõem as duas federações na noite dessa terça-feira (18/7). Um novo encontro deverá acontecer em agosto, quando as partes voltam a debater a temática, mas desta vez com a presença de outras lideranças além dos presidentes municipais.
Na última corrida pela PBH, o PT lançou o nome do atual integrante do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) e ex-deputado federal Nilmário Miranda. Sem se eleger desde 2014, quando obteve cadeira na Câmara Federal, o ex-parlamentar recebeu apenas 1,88% dos votos válidos e ficou em sexto lugar, atrás, por exemplo, da candidata do Psol – a ex-deputada e ex-vereadora Áurea Carolina (8,33%).
O temor de fontes ligadas à negociação é de que esse filme volte a se repetir no ano que vem. A preocupação fica mais por conta da executiva nacional, que pode obrigar a municipal petista a lançar candidato de olho em articulações em nível nacional.
Outra pessoa que participa das conversas, de um outro partido, diz que o maior problema de uma candidatura isolada do PT seria o fortalecimento de um candidato bolsonarista em BH. O Partido Liberal (PL) ainda não decidiu o nome que disputará o pleito no ano que vem, mas o deputado estadual Bruno Engler é o mais cotado.
No entanto, há uma ala que vê com bons olhos a indicação do deputado federal Nikolas Ferreira, o mais votado do Brasil para o cargo com quase 1,5 milhão de preferências do eleitorado. O maior obstáculo para esses, porém, é a vontade do parlamentar: há quem acredite que Nikolas quer o governo de Minas em 2026, em vez de dedicar capital político para a PBH.
Oficialmente, a esquerda ainda não tem um nome fechado que poderia encabeçar a frente ampla. Os mais ventilados são do deputado federal Rogério Correia (PT) e das deputadas estaduais Bella Gonçalves (Psol) e Beatriz Cerqueira (PT).