BRASÍLIA - O PT fará uma cobertura própria dos cinco dias de julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) por suposto golpe de Estado a partir desta terça-feira (2/9). A transmissão ao vivo do partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva será por meio da TVPT e da Rádio PT.

Participarão da cobertura própria o recém-eleito presidente nacional do PT e ex-prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva, e Éden Valadares, secretário de Comunicação do PT e ex-chefe de gabinete do então ministro-chefe da Casa Civil e atual senador Jaques Wagner (PT-BA).

Além de Edinho e Valadares, a cobertura própria do PT terá o jurista e professor da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (RS) Lenio Streck e Marcelo Uchôa, doutor em Direito Constitucional e ex-secretário especial adjunto de Políticas sobre Drogas do Estado do Ceará. A transmissão ainda terá uma repórter diretamente do STF.

Ao justificar a transmissão, Edinho defendeu o inquérito da Polícia Federal (PF) e a peça acusatória da PGR contra Bolsonaro. “Há provas robustas no inquérito da PF e na denúncia da PGR de que o ex-presidente e membros do ex-governo não aceitaram a vontade da população expressada nas urnas nas eleições de 2022”, apontou.

Além de golpe de Estado, Bolsonaro é acusado pela PGR de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; de organização criminosa armada; de dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima; e de deterioração de patrimônio tombado.

Bolsonaro será julgado pela Primeira Turma ao lado de outros sete réus. Chamados de “núcleo 1” das investigações, seis dos sete réus estão sob as mesmas acusações que o ex-presidente. Apenas o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) será julgado por golpe de Estado, por organização criminosa armada e por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Os demais réus são o ex-ajudante de ordens e delator, Mauro Cid, o ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno, o ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública Anderson Torres, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-comandante da Marinha Almir Garnier.