O governo de Minas vai enviar uma comitiva para participar da Conferência da ONU para as Mudanças Climáticas, a COP26, que será realizada em Glasgow, na Escócia. Além do governador Romeu Zema (Novo), cuja presença foi antecipada pela coluna Em Tempo, a secretária de Meio Ambiente, Marília Melo, também estará presente, conforme apurou o Aparte.
A COP26 começa no próximo domingo e vai até o dia 12 de novembro. O principal objetivo do encontro é discutir a implementação do Acordo de Paris, que busca reduzir a emissão de gases de efeito estufa para limitar o aumento médio das temperaturas globais até 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.
O Aparte questionou o governo estadual sobre quantas pessoas estarão na comitiva do governador, assim como os gastos envolvidos e as datas de partida e retorno. Segundo a assessoria de Zema, as informações sobre a agenda serão divulgadas nos próximos dias.
O deputado Noraldino Júnior (PSC) também integrará a comitiva na condição de presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
“O objetivo é acompanhar o governo nessas tratativas e ver o que a Assembleia pode aprimorar em propostas legislativas nesse tema”, explicou o parlamentar. “A minha expectativa é que a COP traga um acordo de um esforço muito grande na alteração das matrizes energéticas e na busca de alternativas mais sustentáveis na produção econômica, a busca pela melhoria na qualidade do ar e a diminuição das emissões de gás carbônico. É o que precisa ser discutido”, afirmou Noraldino.
Na avaliação do deputado, a pauta ambiental ainda não despertou a atenção de um número suficiente de pessoas, mas ele acredita que a COP26 pode despertar uma reflexão na população.
“Se a busca incessante pelo desenvolvimento econômico, pela produção, compensa o dano ambiental que estamos ocasionando, quais são as alternativas e medidas sustentáveis que podemos adotar?”, questionou.
O diretor da Agência de Serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário de Minas (Arsae-MG), Antônio Claret Jr., avalia que o país deve lutar, na conferência do clima, pela regulamentação do mercado mundial de créditos de carbono.
“O Brasil pode ser a nova Arábia Saudita, que teve toda a sua riqueza no petróleo. Hoje nós sabemos que quase metade do fornecimento desse carbono para o mercado de carbono viria do Brasil”, disse Claret em um debate sobre o tema na Câmara dos Deputados na última terça-feira.
O especialista afirma que o mercado de créditos de carbono poderia gerar US$ 45 bilhões por ano, o equivalente a cerca de R$ 249 bilhões ao Brasil. O dinheiro seria destinado principalmente ao poder público, que é dono da maior parte das florestas do país.
“Nós temos uma grande oportunidade nessa COP26. Cabe ao Brasil lutar fortemente por essa regulamentação, porque sem ela nós não vamos conseguir nos manter, inclusive nossas riquezas”, disse.