Após os nomes das deputadas estaduais Bella Gonçalves (Psol) e Beatriz Cerqueira (PT) e do deputado federal Rogério Correia (PT) circularem nos bastidores como candidatos da esquerda à Prefeitura de BH, um novo nome se colocou à disposição nesta semana. Trata-se de Paulo Lamac, presidente do diretório da Rede Sustentabilidade em Minas Gerais. Em conversa com a reportagem, ele disse que sua candidatura como representante da frente ampla de esquerda “é natural pela trajetória como vereador, deputado, secretário e vice-prefeito”.
A frente ampla foi tema de uma discussão entre presidentes municipais dos cinco partidos que compõem as federações PT/PCdoB/PV e Psol/Rede na noite dessa terça-feira (18/7). Um novo encontro deverá acontecer em agosto, quando as partes voltam a debater a temática, mas desta vez com a presença de outras lideranças além dos presidentes municipais.
“A cidade carece de um planejamento consistente para o seu desenvolvimento econômico, o que vem levando a uma saída crescente de jovens capacitados que encontram suas oportunidades em outros estados. Perdemos espaço e relevância entre as capitais.
É nosso dever participar da construção de um projeto responsável para o avanço da nossa BH, sem perder as referências e o nosso jeito mineiro de roça grande”, afirma Lamac.
Engenheiro de formação, Paulo Lamac tentou se eleger deputado federal no ano passado, mas seus 26,6 mil votos não foram suficientes para a vitória. Antigo quadro do PT, partido pelo qual foi vereador em BH e deputado estadual por Minas, ele teve uma relação difícil com Alexandre Kalil na PBH. O problema resultou na sua demissão da Secretaria Municipal de Governo em 2018, quando negou apoio ao candidato a deputado estadual Iran Barbosa (MDB), o que foi visto como traição por parte do então prefeito.
Frente ampla vai sair?
Conforme apurou a reportagem, parte dos partidos que compõem as duas federações temem que a coalizão de esquerda não se materialize, após os fracassos recentes nessas negociações em plano municipal, estadual e nacional. O principal temor de fontes ouvidas por O TEMPO é que decisões “de cima para baixo” forcem o Partido dos Trabalhadores (PT) lançar um candidato isolado na cidade.
Na última corrida pela PBH, o PT lançou o nome do atual integrante do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) e ex-deputado federal Nilmário Miranda. Sem se eleger desde 2014, quando obteve cadeira na Câmara Federal, o ex-parlamentar recebeu apenas 1,88% dos votos válidos e ficou em sexto lugar, atrás, por exemplo, da candidata do Psol – a ex-deputada e ex-vereadora Áurea Carolina (8,33%).