O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Tadeu Martins Leite (MDB), o Tadeuzinho, participará, nesta quarta-feira (6/3), da reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador Romeu Zema (Novo) por uma alternativa para renegociar a dívida de cerca de R$ 162 bilhões de Minas Gerais com a União. Agendado para 16h30, o encontro foi pedido por Zema a Lula na última quinta (29/2).

A agenda será a primeira onde estarão presentes todos os envolvidos nas negociações por uma alternativa à adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Além de Lula, Zema e, agora, Tadeuzinho, o encontro terá a presença do presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD). É ele o autor da proposta apresentada ao governo Lula, que, além de sugerir a federalização de Cemig, Copasa e Codemig para abater parte da dívida, propõe a criação de um novo Refis para os Estados.

Em novembro de 2023, Tadeuzinho, que foi atrás de Pacheco por uma alternativa à adesão ao RRF diante da resistência da ALMG à proposta, já havia participado da reunião em que o presidente do Congresso Nacional apresentou a sugestão a Lula e ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Como já mostrou O TEMPO, a busca por uma renegociação da dívida do Estado com a União selou a reaproximação entre o presidente da ALMG e o senador.  

A 45 dias do fim do prazo dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para o fim da carência da dívida, o Ministério da Fazenda ainda avalia a viabilidade da proposta apresentada por Pacheco. Quando a recebeu, Haddad pediu até 31 de março para um parecer e, por isso, Zema e Tadeuzinho assinaram conjuntamente uma petição para pedir a prorrogação da data-limite, que, a princípio, seria o dia 20 de dezembro de 2023.

Ao receber em Brasília 11 dos 20 deputados do bloco de oposição a Zema na ALMG na última segunda (4/3),  Pacheco reiterou que, em março, deve haver “boas novas”, como havia dito no último dia 21 de fevereiro após agenda com Haddad. Naquele dia, Pacheco projetou que as discussões poderiam avançar em uma reunião prevista para este mês entre ele, Haddad, técnicos da Fazenda e, eventualmente, o governador e Tadeuzinho.

Mais tarde, após reunião com o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, o líder da oposição, Ulysses Gomes (PT), afirmou que Ceron frisou que, até 31 de março, como havia prometido Haddad, o governo Lula apresentará uma proposta para renegociar a dívida. Na oportunidade, Ulysses ainda frisou que é contrário a um eventual novo pedido de prorrogação do prazo, que já é estudado em Brasília em razão da complexidade das negociações.