Congresso

Zé Trovão pede a Dino suspensão de jogos eletrônicos que incitam violência

Deputado encaminhou pedido ao ministro da Justiça na segunda-feira (10) e citou como motivação ataque a uma creche em Blumenau na última semana

Por Lucyenne Landim
Publicado em 11 de abril de 2023 | 11:30
 
 
Zé Trovão quer que governo suspenda uso e venda de jogos eletrônicos com atos violentos no Brasil por 30 dias Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

O deputado federal Zé Trovão (PL-SC) pediu que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) suspenda, pelo prazo de 30 dias, a disponibilidade e a venda de jogos eletrônicos que incitem ou estimulem comportamentos violentos. A interrupção temporária, segundo o parlamentar, seria para investigar a relação entre os jogos eletrônicos violentos e casos de violência reais.

O pedido foi enviado ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, na segunda-feira (10). O deputado citou como motivação o ataque a uma creche particular em Blumenau, Santa Catarina, na última semana. Na ocasião, um homem invadiu o local e matou quatro crianças com golpes de machado.

No pedido, Zé Trovão cita que o autor do ataque "teria utilizado um chat de jogos violentos para se comunicar com outras pessoas antes de cometer o ataque", informação que "sugere que o indivíduo pode ter sido influenciado negativamente pelos conteúdos violentos presentes nesses jogos".

O parlamentar pede que sejam criados mecanismos de criminalização quando encontrados conteúdos criminosos em computadores, como pedofilia, e que o Estado debata e adote  medidas regulatórias para prevenir a violência na sociedade e garantir a segurança de crianças e adolescentes. "Talvez elevando esse tipo de conteúdo de promoção da violência através de jogos que extrapolam o entretenimento para crime federal", acrescentou Zé Trovão no pedido.

Em meio ao pedido do deputado, há ameaças de ataques em circulação nas redes sociais. Uma suposta "Lista do Massacre", que circulou no fim de semana nas redes sociais e trazia 35 cidades de Minas Gerais que poderiam ser alvo de atentados na segunda-feira, levou à falta em massa de estudantes em escolas de Belo Horizonte e região metropolitana, que, segundo a publicação, somam 23 escolas supostamente sob ameaça. 

O Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), do Ministério da Justiça, também registrou grande circulação, no Brasil e no exterior, de mensagens com conteúdo de violência referente ao dia 20 de abril. A data marca o nascimento de Adolf Hitler, líder nazista, e o Massacre de Columbine, em uma escola nos Estados Unidos, que deixou 13 mortos. 

Flávio Dino descartou risco de ataques na data e ressaltou que a pasta faz monitoramento diário. “Não há nenhuma razão, neste momento, para pânico. O que há é necessidade de fortalecimentos dos mecanismos institucionais e é decisivo o comportamento das plataformas de tecnologia para que possamos ter uma prevenção geral”, disse. 

O ministro da Justiça informou que irá notificar plataformas de mídias sociais para que colaborem no monitoramento e combate dos casos suspeitos de ataques à escolas, além de apologia ao ódio e à violência. Caso as empresas não contribuam no trabalho, medidas judiciais cabíveis serão tomadas. Entre as ações estudadas, está um pedido para que a Polícia Federal (PF) abra um inquérito policial. 

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