O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, afirmou durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (7) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve cumprir agenda em Minas Gerais ainda neste mês. Ele não quis adiantar detalhes. Mas, de acordo com fontes ouvidas pelo O TEMPO Brasília, o petista irá desembarcar em Serra do Salitre, na região do Alto Paranaíba do Estado, em 13 de março. 

Lá, segundo interlocutores, Lula vai participar da inauguração de uma complexo de produção de fertilizantes fosfatados. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, devem participar do encontro. De acordo com correligionários, outras cidades podem ser incluídas na agenda do presidente.

Em coletiva de imprensa, no Palácio do Planalto, Rui Costa não quis anunciar detalhes, e limitou-se a responder que o petista deve desembarcar no interior do Estado. A data final, assim como se outras cidades vão entrar no roteiro, serão definidas durante reunião na tarde desta quinta-feira.

“Vamos sentar hoje com o gabinete da Presidência para definir onde, quando e também as obras em andamento que o presidente visitará. Ele fez uma seleção de Estados, entre eles Minas Gerais. E nas próximas duas, três semanas, ele deve ir a Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins”, afirmou ele durante coletiva de anúncio de recursos do Programa de Aceleração e Crescimento (PAC) Seleções.

Nessa fase do programa do PAC, serão contemplados 358 municípios de Minas Gerais. No total, vão ser 647 projetos nas áreas de saúde, educação, esporte e cultura, de acordo com o edital.

Pressão de correligionários

Desde o último ano, o petista tem sido pressionado por caciques políticos mineiros a comparecer mais vezes no Estado. A visita dele à capital mineira, no último mês, foi a primeira agenda que Lula cumpriu em Minas. Segundo maior colégio eleitoral do país, a preocupação de correligionários e de alguns governistas é justamente com o pleito municipal de 2024, quando brasileiros vão eleger novos prefeitos e vereadores. 

Várias cidades do país devem reproduzir o cenário de polarização de 2022, o que vai servir de termômetro para 2026. Conforme Lula havia anunciado e feito, neste ano ele vai priorizar agendas pelo Brasil ao invés de compromissos no exterior – no primeiro ano do seu terceiro mandato, ele visitou 24 países em 15 viagens, ficando mais de dois meses fora. 

Havia uma expectativa entre correligionários de Lula de que ele visitasse Juiz de Fora, na Zona da Mata, e anunciasse recursos do PAC. A visita estava marcada para o último mês, mas ele cancelou o compromisso de última hora. Em 8 de fevereiro, o presidente restringiu a visita a Belo Horizonte. Juiz de Fora é a segunda maior cidade comandada pelo PT no Estado, com Margarida Salomão. 

Megaprojeto de fertilizantes na Serra do Salitre será inaugurado dia 13

Como mostrou O TEMPO, Serra do Salitre vai ganhar um novo complexo de fertilizantes, do Grupo EuroChem, que contou com investimentos na casa dos US$ 1 bilhão. A empresa havia anunciado que a unidade será inaugurada no próximo dia 13 de março.

O conglomerado russo EuroChem tem planos de duplicar suas vendas de adubos no mercado brasileiro. Para alcançar esse objetivo, além de expandir o complexo de Salitre, a companhia vai fazer investimentos na ampliação das atuais instalações de mistura, elevando sua capacidade para 10 milhões de toneladas por ano.

O Grupo EuroChem é um dos líderes globais do segmento de fertilizantes nitrogenados, fosfatados e potássicos, e atua no Brasil desde 2016, quando adquiriu 51% da Fertilizantes Tocantins, concretizando a aquisição total em 2020.

Em 2022, o grupo adquiriu o controle acionário da Fertilizantes Heringer. São 21 fábricas, com capacidade de produção de 9 milhões de toneladas por ano. A empresa emprega cerca de 4.000 colaboradores.

No último ano, o vice-presidente Geraldo Alckmin disse que iria resolver o desafio dos fertilizantes no Brasil. Em junho do mesmo ano, liderou a abertura de um conselho dedicado ao tema. Nesse período, a EuroChem apresentou ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, um plano abrangente de "aquisições e estabelecimento de novas operações" no Brasil.