O Ministério das Relações Exteriores divulgou nota nesta terça-feira (13) para manifestar preocupação com o anúncio feito por autoridades de Israel de que uma nova operação militar terrestre será feita em Gaza, ao sul da região, perto de Rafah, que fica na fronteira com o Egito.
“Tal operação, se levada a cabo, terá como graves consequências, além de novas vítimas civis, um novo movimento de deslocamento forçado de centenas de milhares de palestinos, como vem ocorrendo desde o início do conflito”, destacou o Itamaraty.
Também na nota, a pasta reforçou o posicionamento em favor do fim “das hostilidades” e para a “libertação dos reféns em poder do Hamas como passos para a superação da crise humanitária em Gaza”. “E reafirma seu compromisso com uma solução de dois Estados, com um Estado da Palestina viável, convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas, que incluem a Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental como sua capital”, completou.
O Itamaraty classificou ainda como “dramática crise humanitária” vivida pelos habitantes de Gaza desde o início do conflito. “Estima-se que 80% dos habitantes de Gaza tenham sido obrigados a deixar suas casas, e a maioria deles na direção de Rafah, indicada inicialmente como área segura pelas autoridades israelenses”, ressaltou o ministério.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou, na última sexta-feira (9), que seria feita a operação em Rafah. A região é considerada a última comandada pelo grupo Hamas. A Organização das Nações Unidas (ONU) se manifestou contra a operação e destacou que Rafah já acolheu mais da metade da população de Gaza e que não é possível que todos os civis deixem a região.
Leia a nota do Itamaraty na íntegra:
O governo brasileiro recebe, com grande preocupação, o recente anúncio, por parte de autoridades israelenses, de preparação de nova operação militar terrestre em Gaza, desta vez no Sul, na região de Rafah, na fronteira com o Egito. Tal operação, se levada a cabo, terá como graves consequências, além de novas vítimas civis, um novo movimento de deslocamento forçado de centenas de milhares de palestinos, como vem ocorrendo desde o início do conflito.
O início dos deslocamentos forçados, primeiramente do Norte para o Sul de Gaza, a partir de 8 de outubro, é elemento indissociável da dramática crise humanitária vivida há quatro meses pela população de Gaza, e mereceu a condenação do Brasil e de boa parte dos países, à luz do direito internacional e do direito internacional humanitário. Estima-se que 80% dos habitantes de Gaza tenham sido obrigados a deixar suas casas, e a maioria deles na direção de Rafah, indicada inicialmente como área segura pelas autoridades israelenses.
O governo brasileiro reitera sua conclamação em favor da cessação das hostilidades e da libertação dos reféns em poder do Hamas como passos para a superação da crise humanitária em Gaza. E reafirma seu compromisso com uma solução de dois Estados, com um Estado da Palestina viável, convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas, que incluem a Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental como sua capital.