O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para abrir uma investigação contra o ministro da Saúde, Milton Ribeiro, e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.
O pedido ocorre um dia após o vazamento de um áudio em que Ribeiro admite priorizar o atendimento a prefeituras indicadas por Gilmar Santos e Arilton Moura, que não têm cargo no governo, em uma espécie de “gabinete paralelo” na pasta. Na gravação, o ministro aponta que seriam ordens do presidente Jair Bolsonaro. O Ministério da Educação nega as suspeitas.
No documento enviado ao STF, Aras afirma que o ministro “em momento algum negou ou apontou falsidade no conteúdo da notícia veiculada pela imprensa, admitindo, inclusive, a realização de encontros com os pastores nela mencionados".
O PGR destaca que caso o Supremo autorize a investigação, vai tomar o depoimento de todos os envolvidos, incluindo os pastores citados e prefeitos que teriam sido beneficiados pelo suposto esquema.
O procurador também pretende enviar um ofício ao Ministério da Educação e à Controladoria-Geral da União pedindo o detalhamento das liberações de verbas do do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
No STF, o pedido vai ter como relatora a ministra Cármen Lúcia.
Nesta quarta, Milton Ribeiro disse que o presidente Jair Bolsonaro não viu "nada de mais" no áudio divulgado, mas que quem decide sobre a vaga é o chefe do Executivo.
Desde terça-feira (24), diversos parlamentares de oposição ao governo Bolsonaro já pediram que a PGR, o STF e o Tribunal de Contas da União (TCU) abram investigações contra o ministro da Educação e até mesmo o presidente Jair Bolsonaro.
A bancada evangélica, a princípio, se divide em torno da questão. Parte dos deputados do grupo pede a saída de Milton Ribeiro, enquanto outros preferem aguardar. O ministro diz que se dispõe a comparecer à Câmara e ao Senado para se explicar.
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