Educação

Ministro diz que presidente não viu nada demais em áudio, mas que cargo é dele

Milton Ribeiro afirmou que recebeu ligação de Bolsonaro, que afirmou ter confiança nele após vazar conversa que sugere benefício a pastores no MEC

Por O TEMPO BRASÍLIA
Publicado em 23 de março de 2022 | 20:07
 
 
 
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O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) "não viu nada demais" nos áudios que indicam um suposto favorecimento a pastores indicados por ele ao MEC. Segundo Ribeiro, os dois conversaram por telefone, por iniciativa do presidente. Apesar de dizer que segue no cargo, ele reiterou que a vaga é do presidente, que pode decidir se mantém ele ou não. As declarações foram dadas ao canal "CNN Brasil".

"Depois do áudio, o presidente me ligou, depois de uma viagem. Disse: 'Milton, eu não vejo nada demais no que você falou no áudio'. E que eu estava até o momento gozando da confiança dele. Isso ele me falou", explicou.

Segundo ele, a conversa foi após o presidente procurá-lo.
 
"Eu não o procurei. eu não o procurei, e repito muito meu presidente. O cargo que eu estou é de confiança do presidente e ele sabe muito bem o meu caráter, conhece o meu caráter, por isso estou lá", enfatizou.

Segundo Milton Ribeiro, Bolsonaro disse que ele permanece no cargo.

"O que ele falou é que eu permaneço, e que eu fico de acordo com a sua confiança. Foi exatamente o que ele falou. Agora, o cargo de ministro, quero repetir a todos, é um cargo que é da confiança do presidente. E se ele quiser e quando quiser, ele pode pedir o cargo para ele. Eu não tenho nenhum apego ao cargo. Eu me sinto honrado de ter sido escolhido para estar atuando em um governo que saneou, um governo que não tem casos de corrupção", disse.

Ele afirmou que deixa o cargo se algum prefeito o acusar de ter pedido propina. "Vocês podem ver. Se aparecer um prefeito que fale: "Não, o ministro me pediu dinheiro pra liberar uma casa, uma escola, aí sim eu saio. isso não existe", disse.

Quantos as denúncias feitas ao pastor Arilton Mourão, que teria pedido R$ 15 mil e um quilo de ouro para liberar verbas do MEC, ele apenas disse que "cada um dará conta de si mesmo".

Na mesma entrevista, Milton Ribeiro disse que recebeu os pastores no Ministério da Educação a pedido de Bolsonaro, e afirmou também que uma investigação já havia sido aberta pela CGU a seu pedido.

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