Lesa Pátria

PF encontra arsenal em casa de investigado por financiar atos de 8 janeiro

Durante cumprimento de mandado de busca e apreensão, policiais federais encontraram armas e munições em casa de investigado pelos atos de 8 de janeiro de 2023

Por Renato Alves
Publicado em 16 de abril de 2024 | 11:15
 
 
Armas de fogo, munições e outros itens apreendidos na casa de um dos alvos da 26ª fase da Operação Lesa Pátria Foto: Divulgação/Polícia Federal

Apesar de não haver mandado de prisão, policiais federais prenderam um homem na manhã desta terça-feira (16), durante a 26ª fase da Operação Lesa Pátria. A prisão em flagrante ocorreu em Penápolis, no interior de São Paulo. Agentes encontraram duas armas de fogo irregulares, além de munições, na casa do homem que era alvo de buscas. Ele tem 58 anos e atua no agronegócio.

Já em um condomínio de luxo em Palmas, no Tocantins, policiais apreenderam um arsenal na residência de outro investigado. Os agentes recolheram fuzis, pistolas e munições de diferentes calibres, além de carregadores, miras telescópicas e outros equipamentos táticos para tiros. Tudo estava em um grande cofre. O nome e o endereço do alvo não foram divulgados. 

Agentes foram às ruas nesta terça-feira para cumprir 18 mandados judiciais de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal, nos seguintes estados:

  • Espírito Santo (4)
  • Mato Grosso do Sul (3)
  • Minas Gerais (3)
  • Rio Grande do Norte (1)
  • Santa Catarina (1)
  • São Paulo (1)
  • Pará (4)
  • Tocantins (1)

Publicitário faz vídeo com chegada da PF

A PF não informou o dado de nenhum dos alvos da operação desta terça-feira. Mas um deles, o publicitário paulista Rafael Moreno de Souza Santos, fez questão de publicar em redes sociais um vídeo para dizer que policiais federais estavam em sua casa cumprindo mandados de busca e apreensão na mais recente fase da Lesa Pátria.

Ele é suspeito de ter financiado os atos de 8 de janeiro de 2023, arrecadando dinheiro por meio de um site de financiamento coletivo, conforme o inquérito das fake news e a CPMI que apurou os ataques aos Três Poderes da República.

“Entre as fontes financeiras, destaca-se a vaquinha virtual mantida pelo publicitário Rafael Moreno de Souza Santos, que chegou a arrecadar mais de R$ 60 mil reais por meio de um site de financiamento coletivo”, escreveu a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) no relatório final da CPMI.

Rafael Santos negou ter financiado os ataques de 8 de janeiro, mas não o acampamento em frente a quartel do Exército, que, segundo a PF, alimentou teorias e planos que culminaram em ataques contra a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como o atentado a bomba no aeroporto de Brasília e a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.

"Não participei do 8 de janeiro! Estou sendo perseguido sem ter cometido crime algum! Os valores que arrecadei, ajudei a comprar alimentos, remédios, barracas, colchões, aluguel de tendas, entre outras coisas, exclusivamente para o acampamento em frente aos quartéis", postou o publicitário.

Em maio de 2020, ele foi alvo de busca e apreensão da PF no âmbito do inquérito das fake news, por produzir informações falsas e ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Nova fase da Lesa Pátria mira financiadores

A 26ª fase da Lesa Pátria mira financiadores dos atos de 8 de janeiro de 2023, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF foram invadidos e depredados.

As medidas, autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Além dos mandados, também foi determinada a indisponibilidade de bens, ativos e valores dos investigados, para cobrir os valores dos danos causados ao patrimônio público, que são estimados em R$ 40 milhões.

Segundo a PF, os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

“As investigações continuam em curso, e a Operação Lesa Pátria é permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos e pessoas capturadas”, informa a PF.