Câmara de BH

Pedro Patrus rebate 'má-fé' e diz que só procurou a Justiça por falta de diálogo

O Legislativo deve recorrer da decisão que impediu o retorno dos trabalhos legislativos nesta segunda-feira

Por Lucas Henrique Gomes
Publicado em 04 de maio de 2020 | 17:01
 
 
RADIO SUPER CAFE COM POLITICA : ENTREVISTA COM O VEREADO DO PT PEDRO PATRUS FOTO: DENILTON DIAS / O TEMPO ; 03.08.2017 Foto: DENILTON DIAS / O Tempo

O vereador Pedro Patrus (PT), um dos autores do processo que suspendeu o retorno das atividades legislativas nesta segunda-feira (4) na Câmara Municipal de Belo Horizonte, rebateu a acusação de "má-fé" apresentada pelo Legislativo e disse que só procurou a Justiça devido à falta de diálogo com a mesa diretora. De acordo com documento obtido por O TEMPO, a Câmara de Belo Horizonte deve apresentar nas próximas horas um recurso com mais de 40 páginas contra a decisão proferida no último fim de semana e uma das alegações apresentadas será a "má-fé" dos vereadores que apresentaram a ação, Arnaldo Godoy (PT), Gilson Reis (PCdoB) e Pedro Patrus (PT).

"Essa argumentação é preocupante.Só se 'má-fe' for proteger a vida das pessoas, se for garantir o cumprimento que a prefeitura tem feito, do que a ciência tem dito. Acho muito complicado a Câmara entrar com recurso desse e falar que a gente mentiu. Teria que provar isso. Pode até vir a ter outra ação nossa. Falar que há 'má-fé' é muito grave", disse o petista à reportagem.

Patrus alegou ainda que o processo foi a última alternativa encontrada por ele e pelos colegas que assinaram a ação. "Mandamos vários ofícios anteriormente e não tivemos nenhuma resposta. A nossa ida à Justiça foi a última esperança que tínhamos de salvar vidas. Se falar de má-fé  vai ter que provar", rebateu.

Sobre uma das acusações de retirada do processo depois dele ser distribuído à mesma vara que impediu o prefeito Alexandre Kalil (PSD) de barrar a circulação dos ônibus intermunicipais na cidade, Patrus disse que desconhecia a origem da decisão. "A desistência foi por conta de prazo, não foi questão de ser a vara que barrou o Kalil. Por ter sido no feriado, a questão do plantão, a (ação) eletrônica ia ser mais devagar que a presencial, foi coisa jurídica e técnica. Nem sabia que era a vara que barrou a ação. A primeira foi eletrônica, aí eletronicamente parece que não daria tempo para ter a liminar até nesta segunda. Foi retirada por isso", explicou.

O petista alegou ainda que o intuito não é criar uma guerra de liminares e que não é contra a volta do funcionamento da Casa. Para ele, a regra tem de ser o funcionamento remoto e a exceção ser a participação presencial, o que, segundo ele, não tem sido adotado pela Câmara. Ele ainda disse que se houver a retomada do diálogo e se o Legislativo optar pelas reuniões remotas, vai retirar a ação na Justiça.