Entrevista

Zema: ‘Subnotificação de casos de Covid existe, mas não me causa preocupação’

Segundo o governador, Minas tem utilizado cerca de 3% dos leitos para enfrentamento do coronavírus, e situação em Betim é melhor ainda

Por Paula Coura, Pedro Rocha Franco e Wallace Graciano
Publicado em 23 de abril de 2020 | 09:04
 
 
Romeu Zema fala da queda de arrecadação em meio à queda de arrecadação Foto: Fred Magno

Na manhã desta quinta-feira (23), em entrevista exclusiva para a rádio Super 91,7 FM, o governador de Minas, Romeu Zema, disse que o Brasil é um dos países menos afetados pela pandemia de coronavírus. Ele explicou que, nesse cenário, Minas Gerais está indo muito bem.

"Somos o quarto menor (Estado) com menor incidência de óbito (pela Covid-19). Estamos bem porque tomamos as medidas de forma antecipada. Hoje, Minas tem utilizado cerca de 3% dos leitos disponíveis. Estava conversando com o prefeito Vittorio Medioli, e em Betim é melhor ainda. Esse tipo de colchão de segurança nos permite fazer alguma coisa de reativação responsável e segura da atividade econômica. Estamos colocando a segurança em primeiro lugar", garantiu Zema.

Mesmo assim, o governador confirma que o Estado enfrenta, sim, problema com a subnotificação de casos, tal como outros países.

"Tenho certeza que ela (subnotificação) existe, e no mundo inteiro. Inclusive a China publicou o dobro de óbitos. Essa subnotificação existe, mas não me causa preocupação, porque ocorre em todos os locais. O que interessa é a tendência, não o número absoluto. Em Minas os números estão estáveis. Não posso estar 100% correto, mas, como todo dia, a balança marca a mesma diferneça. Posso dizer que estamos sob controle e que essa subnotificação acaba sendo anulada. Com certeza iremos notificar alguém que morreu há dez dias. Muitas vezes se demora a fazer as análises, e muitas prefeituras demoram para enviar os dados. O importante é a tendência, que está a nosso favor", afirmou o governador de Minas.

De acordo com Zema, na última semana, a curva de novos casos de coronavírus em Minas, tal como a de óbitos pela Covid-19, se manteve estável. 

Testes

Segundo Zema, o problema da falta de testes rápidos para detectar o coronavírus também é um problema em Minas. "É lógico que, se tivéssemos mais testes, as pessoas iriam fazer mais uso. Temos condições de fazer 1.800 testes. Temos priorizado as pessoas que têm sintomas mais próximos aos da Covid, e apenas 15% têm sido positivos. Esse número está nos atendendendo razoavelmente bem, mas, lógico, precisaríamos de mais, principalmente para o interior", disse.