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Vôlei: Gabi e Carol; da base mineira às melhores do mundo

Jogadoras da seleção brasileira começaram no clube Mackenzie, na capital, e hoje são referências para a nova geração

Por Débora Elisa
Publicado em 22 de julho de 2022 | 06:35
 
 
Gabi e Carol começaram na base do Mackenzie, em BH Divulgação/FIVB (Montagem)

A última temporada do vôlei foi histórica para duas atletas nascidas na capital mineira. A ponteira Gabi e a central Carol alcançaram marcas expressivas em seus clubes, e, com a seleção, mostraram na bola que são duas das jogadoras de referência para a nova geração que vem sendo formada pelo técnico José Roberto Guimarães.

Gabi, de 28 anos, foi campeã de tudo defendendo a camisa do Vakifbank, da Turquia. A ponteira levantou o troféu da Liga Turca, do Mundial de Clubes, da Copa da Turquia, da Supercopa da Turquia e da Champions League de vôlei.

O ano dourado ainda foi coroado com uma conquista inédita: o prêmio de jogadora mais valiosa (MVP) da Champions. Pela primeira vez, uma brasileira recebeu tal reconhecimento e é citada, cada vez mais, na discussão sobre as melhores do mundo.

No Triângulo Mineiro, a central Carol (31), do Dentil Praia Clube, se consolidou de vez como uma das melhores bloqueadoras do vôlei mundial. Mesmo com 1,83m, altura considerada baixa para a posição, a mineira se confirmou como um verdadeiro 'paredão' no meio de rede.

Na Superliga, quebrou o recorde de bloqueios. Foram 125 pontos no fundamento, incríveis 37 a mais que a segunda colocada Thaísa. Com a camisa do Brasil a história se repetiu. Em 15 jogos, fechou a porta para as adversárias 63 vezes, novamente quebrando o recorde individual da competição.

Marcantes na campanha da medalha de prata brasileira, Gabi e Carol foram as únicas brasileiras eleitas para a tradicional seleção desta edição da Liga das Nações. 

Do Mackenzie aos maiores holofotes do esporte

Muito antes de ganharem o mundo, Carol e Gabi deram os primeiros passos no vôlei do Mackenzie, clube poliesportivo da capital mineira. Tradicional, já revelou outras grandes atletas, como a oposta Sheilla, e a central Mara, ambas que já vestiram a camisa do Minas, além da líbero Suellen, atualmente colega de Carol no Praia Clube.

Desde 2011 fora da elite do vôlei, o Mackenzie foca no trabalho de base, muito valioso para o esporte estadual. Para Tomás Mendes, presidente da Federação Mineira de Vôlei, Minas Gerais, hoje, é referência na formação de novos atletas, e ver jogadoras como Gabi e Carol ganhando o mundo é motivo de orgulho para o Estado.

"Minas Gerais sempre foi uma referência na formação do volei brasileiro e o Mackenzie contribui muito para esse trabalho de base. Hoje, ver duas atletas, que vestiram a camisa da nossa seleção mineira e que há pouco tempo estavam nos nossos campeonatos de base, brilhando com a camisa da seleção e representando nosso país em competições internacionais nos deixa muito orgulhosos", comentou Mendes.

Com a tradição de formar grandes atletas, a parceria entre Federação e clubes mineiros fica ainda mais forte, sempre com o objetivo de desenvolver novos talentos para o vôlei nacional e mundial.

"(Isso) também nos dá uma grande responsabilidade de sempre querer fazer mais pela base e sempre querer formar mais aletas em parceria com nossos clubes aqui. Que isso possa continuar e que a gente possa desenvolver novos atletas, fazer mais voleibol e crescer cada vez mais junto com os clubes", completou o dirigente.