O partido de extrema-direita Alternativa para Alemanha (AfD, na sigla em alemão) expôs neste sábado (11), em um congresso, as propostas radicais de seu programa para as eleições antecipadas do próximo mês e contra o qual se manifestaram milhares de pessoas.
"O mal-estar dos (partidos) estabelecidos cresce a cada dia. Por quê? Porque temos sucesso", disse Alice Weidel, líder da legenda, na abertura de um congresso em Riesa, no leste do país, reduto do partido de extrema direita.
A AfD está na segunda posição nas pesquisas para o pleito de 23 de fevereiro, e segue ganhando terreno, segundo um levantamento publicado neste sábado, que dá ao partido 22% dos votos, atrás dos conservadores da CDU/CSU (cerca de 30%), mas à frente dos social-democratas do chefe de governo Olaf Scholz (16%).
Cerca de 10 mil manifestantes, segundo a polícia, denunciaram em Riesa os planos da AfD. Aos gritos de "Não aos nazistas" diante da sede do congresso, conseguiram atrasar o início da reunião em cerca de duas horas.
Uma vez iniciada, pouco depois do meio-dia local (8h em Brasília), os cerca de 600 delegados do partido aprovaram por aclamação a candidatura de Alice Weidel para a chefia de governo.
Em um discurso acalorado, Weidel parabenizou seus companheiros de partido por "enfrentarem a turba esquerdista", enquanto Tino Chrupalla, outra liderança da AfD, acusou os manifestantes de agirem como "antidemocratas e terroristas".
Depois, a candidata apresentou seu "plano de futuro" para a Alemanha.
Weidel defende uma política de "remigração", o que implicaria realizar campanhas de expulsão de estrangeiros residentes na Alemanha.
Segundo a candidata, nos primeiros 100 dias de um eventual governo com a AfD haveria o "fechamento total das fronteiras alemãs e a devolução de todos que viajam sem documentos". Além disso, prevê "abandonar o sistema de asilo da UE" e "proceder com expulsões em grande escala".
As diretrizes do partido, que estão pendentes de aprovação, também preveem uma saída da União Europeia (UE) e do euro, e retomar a energia nuclear.
Mas o debate se anuncia acalorado em certos pontos e há discordância em torno dos planos da direção de remodelar as juventudes do partido, consideradas pelo serviço de inteligência alemão como um grupo extremista.
Tanto a direita quanto a esquerda alemã descartam uma aliança com o partido de extrema direita.