Cidadãos brasileiros dominaram a seção de comentários do perfil do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no Instagram, protestando contra a imposição de tarifas de 50% sobre exportações do Brasil para os EUA. A manifestação digital ocorreu na quarta-feira (9), levando o mandatário americano a restringir comentários em sua conta na plataforma.
Entre as mensagens mais frequentes postadas pelos brasileiros estavam frases como "Deixe o Brasil em paz", "Brasil soberano" e "Brasil não é terra sem lei". Os protestos surgiram após Trump anunciar oficialmente a taxação de produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos.
Nas redes sociais, uma usuária do Instagram escreveu diretamente para Trump: "O Brasil é soberano, você não tem direito sobre o Brasil". Outro internauta citou trechos do Hino Nacional: "O Brasil não é seu quintal. Só pra você lembrar do nosso hino: 'Conseguimos conquistar com braço forte', 'desafia o nosso peito a própria morte', 'gigante pela própria natureza'".
Taxação ao Brasil
O documento que oficializou as tarifas fez referência direta ao processo judicial enfrentado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal por suposta tentativa de golpe de Estado em 2023. Especialistas em economia e relações internacionais receberam com surpresa o comunicado, destacando o caráter político da decisão.
Trump apresentou justificativas econômicas para a imposição das tarifas, classificando a relação comercial com o Brasil como "injusta". Dados oficiais, entretanto, indicam que os Estados Unidos mantêm superávit na balança comercial entre os dois países.
O economista Paul Krugman, laureado com o Prêmio Nobel, comentou sobre a situação. "Não seria a primeira vez que os Estados Unidos usam a política tarifária para fins políticos", afirmou, sugerindo motivações além das questões comerciais.
Representantes da indústria e do setor agropecuário brasileiro expressaram preocupação com o anúncio das taxas, alertando sobre possíveis ameaças a empregos no país. O presidente Lula defendeu a soberania nacional e declarou que o Brasil "não aceitará ser tutelado por ninguém".