O FBI descobriu uma pista inusitada para identificar hackers norte-coreanos infiltrados em empresas dos EUA: a obsessão por Minions. Segundo investigadores, muitos dos golpistas que se passam por trabalhadores remotos americanos demonstram uma curiosa admiração pela franquia Meu Malvado Favorito — e esse comportamento tem ajudado a desmascará-los.
O esquema, investigado há anos, envolve engenheiros e profissionais de TI da Coreia do Norte que assumem identidades falsas para trabalhar remotamente para empresas americanas. Eles utilizam softwares que alteram imagem e voz durante entrevistas e, após a contratação, acessam os sistemas corporativos por meio de VPNs que mascaram sua localização.
Mas o que chamou a atenção dos agentes foi um padrão incomum: muitos desses supostos trabalhadores exibem referências frequentes aos Minions em e-mails, mensagens internas e até em perfis de redes sociais.
Um caso emblemático aconteceu em maio de 2024, quando um engenheiro passou 90 minutos do expediente pesquisando sobre Vector Perkins, o vilão do primeiro filme da franquia. O pseudônimo usado por ele? Kevin – nome de um dos Minions.
Esse detalhe aparentemente inofensivo acabou se tornando uma ferramenta valiosa de rastreamento, complementando os recursos técnicos usados pelas autoridades para identificar conexões suspeitas vindas da Coreia do Norte.
Com criatividade e gosto por animações, os hackers deram ao FBI justamente o que ele precisava: uma digital cultural única para iniciar o rastreamento de perfis suspeitos.
Após a descoberta do esquema, dezenas de infiltrados foram desligados das empresas americanas onde atuavam remotamente. Vários deles já foram indiciados por crimes federais nos Estados Unidos, e o Departamento de Justiça trabalha em conjunto com o FBI para identificar e desmantelar as redes de apoio logístico dentro e fora do país. Parte dos envolvidos segue foragida, operando a partir de países como China, Rússia e Coreia do Norte, enquanto outras investigações continuam em andamento.
Fonte: WSJ, FBI