Filipinas

Presidente alerta para ascensão política de filho de ex-ditador

As Filipinas realizam várias eleições em maio, entre elas a presidencial, a eleição do vice-presidente e a renovação parcial do Senado

Por AFP
Publicado em 25 de fevereiro de 2016 | 10:34
 
 
 
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O presidente das Filipinas, Benigno Aquino, advertiu nesta quinta-feira (25) os filipinos para a ascensão política do filho do ex-ditador Ferdinand Marcos, quando é comemorado o trigésimo aniversário da queda de seu regime.

Em pleno ano eleitoral, o arquipélago lembra nesta quinta-feira (25) as grandes manifestações de 1986, chamadas de "Poder do Povo", que permitiram a chegada da democracia às Filipinas.

As organizações de defesa dos direitos humanos estimam que dezenas de milhares de filipinos foram torturados ou detidos arbitrariamente durante as duas décadas de Ferdinand Marcos no poder, antes de sua fuga aos Estados Unidos.

No entanto, as pesquisas indicam que, 30 anos depois, seu filho Ferdinand Marcos Jr. se encontra em boa posição para se tornar vice-presidente durante as eleições de maio.

Este último, senador desde 2010, não deixou de denunciar a corrupção e a pobreza no arquipélago, apresentando o regime de seu pai como uma idade de ouro. Seu discurso seduz as gerações jovens.

A presidência de Marcos "não foi uma idade de ouro, foi um capítulo muito doloroso de nossa história", afirmou o atual presidente, que não pode revalidar seu cargo, em um discurso diante de 3.000 estudantes e funcionários por ocasião das celebrações.

"A lei marcial existiu. Também houve um ditador que, com sua família e seus subordinados, monopolizou o poder às custas da vida e da liberdade dos filipinos", acrescentou Aquino, antes de criticar Ferdinand Marcos Jr. por não reconhecer os erros do regime de seu pai.

As Filipinas realizam várias eleições em maio, entre elas a presidencial, a eleição do vice-presidente e a renovação parcial do Senado.

Estas eleições são o mais recente episódio de uma saga que opõe há décadas as famílias Aquino e Marcos.

O pai do atual presidente foi assassinado em 1983 no aeroporto de Manila, ao voltar do exílio, por militares e policiais favoráveis a Marcos.

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