Pesquisa

Presidente da Argentina, Javier Milei, tem aprovação de 58% da população

Pouco mais de um mês após assumir o poder, novo presidente está com avaliação positiva entre os argentinos

Por Alexandre Nascimento
Publicado em 16 de janeiro de 2024 | 18:31
 
 
 
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O atual presidente da Argentina, Javier Milei, é aprovado por 58% da população do país, segundo uma pesquisa feita pela consultoria Opinaia, a pedido do jornal Clarín. O levantamento avaliou o nível de aprovação de 15 políticos argentinos e Milei liderou o ranking.

Eleita ao lado de Milei, a vice-presidente do país, Victoria Villarruel, teve a segunda maior avaliação entre os políticos, com 53% de aprovação. A terceira colocação na lista ficou com o ex-governador da província de Córdoba, Juan Schiaretti, aprovado por 48% dos argentinos.

Por outro lado, a ex-presidente Cristina Kirchner é a pior avaliada no ranking, com desaprovação de 67% dos entrevistados. Depois dela, aparecem na lista o ex-ministro da Economia, Sergio Massa, rejeitado por 66% dos argentinos; e o ex-presidente Mauricio Macri, com 65% de desaprovação.

A pesquisa entrevistou 1.200 pessoas em várias cidades argentinas entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024. A enquete da consultoria Opinaia tem margem de erro de 3% para mais ou para menos. A empresa responsável pela pesquisa acertou o resultado das eleições argentinas de 2023.

Um mês de Milei

O presidente argentino, Javier Milei, está nesta quarta-feira (17) em Davos, na Suíça, onde irá participar do Fórum Econômico Mundial. Ele será um dos principais nomes do evento, pois está há pouco mais de um mês no poder e desperta curiosidades de líderes do mundo todo sobre suas propostas para tentar tirar a Argentina de uma severa crise econômica.

Na última semana, o país divulgou que a inflação fechou 2023 em 211,4%, maior nível em 33 anos, superando a Venezuela, que teve alta de preços de 193% no ano passado.

Milei assumiu o governo da Argentina no dia 10 de dezembro e já percebeu que um de seus principais desafios será a questão dos preços, já que os salários dos argentinos estão perdendo poder de compra. Apenas no último mês do ano, a inflação ficou em 25,5%, contra 12,8% de novembro.

Apesar do número alto, o índice de dezembro ficou abaixo das expectativas de vários analistas de mercado, que chegaram a prever uma inflação de até 45% no mês.

Em entrevista à emissora de rádio La Red AM, Milei considerou que o resultado foi uma vitória do governo e das políticas econômicas adotadas até o momento.

Milei e seu ministro da Economia, Luis Caputo, defendem que o déficit fiscal é a origem dos problemas do país, pois o governo gasta mais do que arrecada. 

Para reduzir o déficit fiscal, o governo já anunciou algumas medidas como a redução dos subsídios ao transporte e à energia; a desvalorização da moeda em 50% (de 400 pesos para 800 pesos o valor do dólar oficial); e a redução de 18 para nove ministérios e de 106 para 54 secretarias. 

O novo governo também cancelou as obras públicas já licitadas e não iniciadas, além de prometer não iniciar novas obras públicas; anunciou a taxação da importação e exportação, acabando com as licenças para importar; e decidiu não renovar os contratos dos trabalhadores com menos de 1 ano de serviço no Estado. Em contrapartida, o governo duplicou o valor do benefício assistencial e aumentou o cartão alimentação em 50%.

E Milei tenta aprovar logo novas reformas além desse pacote com medidas de austeridade rigorosa. No dia 20 de dezembro, ele anunciou o Decreto de Necessidade e Urgência (DNU), um “decretaço” para revogar 366 leis que regulam diversos setores da economia.

E estas medidas estão sendo questionadas pela Justiça, pois propõem “emergência pública em matéria econômica” até dezembro de 2025, com possibilidade de prorrogação por mais dois anos.

Na prática, Milei tenta ampliar o seu poder de decisão, pois a base do governo tem minoria no Parlamento, o que dificulta a aprovação das propostas.

Milei tem pressa para aprovar as reformas que propõe, pois sabe que um dos motivos que o levaram a ganhar a eleição presidencial foi exatamente o fracasso do último governo no combate à inflação. Tanto que o ex-ministro da Economia, Sergio Massa, foi um dos líderes de desaprovação no levantamento encomendado pelo jornal Clarín.

Desde o primeiro momento de seu governo, Javier Milei fala em revolução liberal e defende uma menor presença do Estado na Argentina, a redução do déficit fiscal, a dolarização da economia e o fechamento do Banco Central. 

Greve geral

Insatisfeita com as medidas já anunciadas por Javier Milei, a Confederação Geral do Trabalho (CGT), um dos maiores grupos sindicais da Argentina, convocou uma greve geral para o dia 24 de janeiro, com manifestação no Congresso Nacional argentino.

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