A psoríase é uma doença imunomediada crônica e sistêmica, caracterizada pela presença de placas distintas, redondas ou ovais, tipicamente cobertas por escamas branco-prateadas. No Brasil, os dados disponíveis do trabalho de Romiti e colaboradores, de 2017, mostram que a prevalência da psoríase foi constatada em 117 de um total de 8947 indivíduos que participaram da pesquisa (1,31%). Porém, as pessoas com psoríase levam em média cinco anos até receber o diagnóstico. É o que aponta a pesquisa “PR – Psoríase Moderada a Grave”, realizada pela Ipsos e encomendada pela Bristol Myers Squibb. A partir do diagnóstico, o paciente ainda enfrenta outra espera: cinco meses para iniciar o tratamento.
Além de afetar a saúde física, a condição afeta, e muito, a emocional. Os dados da pesquisa mostram que cerca de 3 em cada 4 pacientes relatam ser afetados emocionalmente pela psoríase. Entre os principais impactos emocionais revelados pela pesquisa estão a baixa autoestima (81%) e o desconforto físico gerado pelas lesões (81%). A maioria dos afetados lida com questões como ansiedade (62%), estresse (33%) e depressão (20%).
Essas informações reforçam a necessidade de suporte médico e programas de apoio abrangentes para pacientes com psoríase. A educação sobre a doença, assim como descontos em medicamentos, são essenciais para promover o bem-estar desses pacientes.
A pesquisa aponta que os sintomas da doença podem surgir de duas a três vezes ao ano. As áreas mais comumente afetadas, segundo a pesquisa, são o couro cabeludo (58%), cotovelos (56%), pernas (39%) e pescoço (37%). As manifestações típicas incluem coceira, queimação ou dor na pele (70%), lesões elevadas, vermelhas e inflamadas (64%), além de pele seca que pode rachar ou sangrar (56%). Em média, os pacientes relatam entre três e quatro manifestações físicas durante os episódios ativos da doença. Tendo esses dados em vista, quem tem psoríase moderada a grave precisa de mudanças agora.
É fundamental iniciar o tratamento para controlar a doença, que não tem cura, e minimizar os sintomas que podem afetar a qualidade de vida dos pacientes. Quando falamos em tratamento, a pesquisa aponta preferência dos pacientes pela administração oral (69%), que também têm expectativa por tratamentos com maior eficácia (69%) e, consequentemente, um intervalo maior entre as aplicações, no caso das terapias infusionais (33%). No entanto, é importante assegurar que os tratamentos sejam eficazes, apresentem poucos efeitos colaterais e tenham acesso facilitado e segurança a longo prazo.
É necessária uma abordagem holística no tratamento da psoríase moderada a grave. Isso implica não apenas na eficácia do medicamento, mas também na consideração do bem-estar emocional, social e financeiro do paciente. Comunicação clara, suporte individualizado e acesso a informações confiáveis também são fundamentais para o sucesso do tratamento.
Em suma, uma abordagem integrada para o manejo da psoríase, que leve em conta não apenas os aspectos clínicos, mas também o impacto emocional e social da doença é de extrema importância. É crucial que médicos, pacientes e a sociedade se unam para criar um ambiente de apoio e compreensão. Somente assim poderemos melhorar a qualidade de vida dos que convivem com essa condição desafiadora.
Sobre a pesquisa
A pesquisa "PR – Psoríase Moderada a Grave", realizada pela Ipsos a pedido da Bristol Myers Squibb, tem como objetivo entender a relação de pessoas com psoríase moderada a grave com seus tratamentos. As entrevistas ocorreram de forma online entre 13 de junho a 15 de julho de 2024 com 120 pacientes diagnosticados com psoríase moderada a grave das cinco regiões do Brasil. A margem de erro é de 8,9 p.p.
Por Dr. Gabriel Fernandes, Gerente Médico de Imunologia na Bristol Myers Squibb