Feliz dia das… “leva um casaco”, “em casa a gente conversa”, “eu já falei que não”, “você não é todo mundo”, “tudo sou eu nessa casa”, “engole o choro”, “quer me matar do coração?”, “eu faço tudo pra todo mundo, mas quando eu preciso ninguém me ajuda!”, “na volta a gente compra”, “eu não tenho direito a nada nesta casa”, “vou contar até três…”, “não quer comer? Tem criança na África passando fome!”, “você é igual ao seu pai”, “não fez mais que a obrigação”, “se eu for aí e achar…”, “você me respeita que eu sou sua mãe”, “tá levando guarda-chuva?”, “porque eu falei e pronto”, “quando você for dono do próprio nariz, aí você faz o que quiser”, “eu avisei, não avisei?”, “quando você tiver filhos vai me entender”.
Ah… as mães! Criaturas quase mitológicas que habitam o nosso dia a dia e agem de maneira idêntica, não importa o endereço. São formadas na universidade da vida e seu diploma vem agregado a uma criança – atualmente podendo esta ser bípede ou de quatro patas.
Significados de maternidade
Gerar uma vida é algo biológico, ser mãe é algo metafísico. Não é possível explicar ou fingir. Ou é ou não é. Criar um ser humano decente requer talento e coragem, além de muita dedicação e uma boa dose de sofrimento (a minha que o diga!). Não é uma tarefa para os fracos.
Mãe é uma palavra tão simples, mas repleta de significado. É ter o coração fora do peito e sofrer junto. É uma cabeça que pensa por vários, pois ela nunca pensa só nela. É um trabalho que nunca acaba e no qual não se tem férias, décimo terceiro, aposentadoria ou qualquer garantia. É um amor incondicional que não pode ser explicado nem admite obstáculos. Não se altera, apesar das vicissitudes da vida, nem diminui com a passagem do tempo. É uma jornada cheia de desafios, surpresas, alegrias, tristezas e recompensas.
Presença constante
A maternidade é algo curioso, pois como disse Washington Irving: “Um pai pode virar as costas ao filho; irmãos e irmãs podem tornar-se inimigos inveterados; os maridos podem abandonar as suas mulheres e as mulheres os seus maridos. Mas o amor de uma mãe perdura por tudo”. Ela é uma constante em nossas vidas, esteja ela perto, longe ou em outro plano de existência.
E não importa a idade, nunca nos recuperamos ou recuperaremos totalmente da perda desse nosso alicerce. Isso porque, quem nunca saiu gritando pela casa ou ligou desesperado para a mãe para saber como se limpa, conserta, acha, lava ou cozinha algo? Temos necessidade ou somos criados para necessitar desse “serviço ao consumidor” vitalício. Desse colo de mãe e aconchego que não conseguem ser imitados por nada nesse mundo.
Muito se fala sobre criar um filho para o mundo, porém ninguém fala ou explica como se forma uma mãe. Lembrem-se, só porque acreditamos que elas possuem superpoderes por aparentarem estar sempre dando conta de tudo, não significa que isso seja verdade.
Luta eterna
Elas são seres humanos também e foram obrigadas a aprender fazendo, sem tempo para ganhar experiência ou treinamento. Filhos não vem com um manual de instruções ou um guia para usuários. Não se pode trocá-los por um novo ou comprar outros no shopping caso algo aconteça! É uma eterna luta para mantê-los vivos e saudáveis, independentemente da idade – por isso, os lembretes de levar casaco, dinheiro e guarda-chuva!
Assim, fica aqui minha singela homenagem para essas que não tem “um trabalho de verdade”, mas “batem ponto” todos os dias e que tiveram que se virar nos 30 para conseguir criar seres funcionais para o futuro, em especial minha querida mammis e avós.
(*) Bárbara Molinari é escritora com formação em relações internacionais e linguística