O acidente entre uma van e uma carreta com pelo menos nove mortes em Grão Mogol, no Norte de Minas, chama a atenção para a situação da BR–251. A colisão ocorreu na noite de terça-feira, dia 13, quando um grupo de 17 pessoas do Triângulo Mineiro para o Ceará e seu veículo colidiu com o caminhão que seguia para Montes Claros. O socorro foi difícil uma vez que ambos os veículos ficaram em um barranco de acesso muito limitado aos bombeiros.
A BR–251, inaugurada no fim da década de 90 é uma das principais ligações do Triângulo ao norte de São Paulo e Distrito Federal, por meio da BR–356, e para o Nordeste brasileiro, ao ligar-se com a BR–116. De acordo com o site da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), cerca de 15 mil veículos de carga trafegam pela pista diariamente.
Tráfego pesado
Na primeira década deste século, o fluxo mal passava de 3.000 veículos/dia. Essa variação se deve muito pela rodovia encurtar em 300 km o trajeto de quem segue do Sudeste para o Nordeste. O que aumenta o risco de acidentes, principalmente na sinuosa e estreia faixa da Serra de Francisco Sá – a cerca de 30 km de Grão Mogol.
O Ministério dos Transportes e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) apresentaram em janeiro deste ano o projeto de concessão das BRs 116 e 251, prevendo duplicação de 178,47 km de pistas, num investimento que passará de R$ 12 bilhões em 30 anos. A expectativa é de que o leilão ocorra até o ano que vem.
Contudo, do projeto, pouco mais de 24 km de duplicações ocorrerão na BR–251, sendo algo em torno de 10 km na Serra de Francisco Sá, e, mesmo assim, a partir do terceiro ano de concessão. Informações que frustraram os representantes da Amams e caminhoneiros, que esperavam duplicação de todo a extensão da BR–251.
As mortes desta semana são um duro alerta que o projeto de concessão federal está aquém do necessário e avançando mais lentamente do que a população do Norte de Minas precisa para garantir essa importante via de transporte e, ainda mais, a segurança de sua população