Belo Horizonte começou nesta segunda-feira (1/9) a vacinação contra dengue de crianças e adolescentes entre 6 e 14 anos. Uma ampliação de escopo necessária para aumentar a proteção da população contra uma doença que fustiga o país há anos e exige políticas públicas e participação popular sólida para conter seu avanço.

De acordo com o Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde, nos oito primeiros meses de 2025, foram registrados 1.568.893 casos prováveis de dengue em todo o Brasil, sendo 158.261 em Minas Gerais, o segundo estado com maior número de casos. Apesar de a estatística representar uma queda em relação a 2024, quando havia 6.563.561 casos prováveis, a doença ainda cobrou duramente o seu preço em vidas. Foram 1.609 mortes confirmadas e 354 casos em investigação (126 óbitos confirmados e 60 em investigação no caso de Minas).

Este não é o único custo que a dengue impinge à sociedade. Estudo publicado na revista médica “The Lancet Regional Health” indica que o Sistema Único de Saúde precisou despender R$ 1,2 bilhão com a hospitalização de pacientes com a arbovirose no período entre 2015 a 2024 (valor equivalente ao PIB de um ano inteiro de cidades do porte de Juatuba, na região metropolitana).

Vacinar é uma estratégia valiosa para o controle da dengue. Dados da Prefeitura de Belo Horizonte indicam que a primeira fase da campanha atingiu 50,8% de comparecimento na primeira dose e 22,6% na segunda. Contudo, é preciso maior comparecimento das pessoas, uma vez que a meta a ser atingida é 90%. E o relógio trabalha em favor da doença, uma vez que, faltam poucos meses para temporada chuvosa, que leva ao pico de contágio.

Outra ação essencial é a prevenção, com limpeza de lotes vagos, reservatórios de água e outros espaços para proliferação das larvas do mosquito Aedes. Por isso, a conscientização das famílias sobre a importância da vacinação e da eliminação de focos é vital para evitar mais perdas humanas e reduzir a transmissão da dengue.