A luta contra a dengue tem uma nova arma a partir deste ano. A vacina Qdenga, produzida pelo laboratório japonês Takeda, foi incorporada ao SUS há pouco mais de um mês. O imunizante é parte dos esforços governamental, que precisam incluir também a ampliação da rede de atendimento a pacientes com suspeita de infecção.
Em Minas Gerais, a vacinação deve começar em fevereiro, inicialmente para pessoas de 10 a 14 anos, nos locais com maior incidência de arbovirose.
A comunicação sobre a estratégia de imunização e a eficácia da vacina deve ser muito bem trabalhada pelos gestores públicos.
Inicialmente, a quantidade de doses é relativamente baixa – 5,2 milhões de imunizantes para todo o país –, o que exige máxima eficiência na adesão do público-alvo. Considerando que o esquema vacinal é de duas doses, a estimativa é que 3,2 milhões de pessoas recebam a vacina.
É importante destacar que a Qdenga é tetravalente, ou seja, protege contra os quatro tipos de vírus da dengue. Houve eficácia contra hospitalizações por dengue confirmada laboratorialmente, com proteção geral de 84,1%. A vacina foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março do ano passado.
Diante das previsões de uma epidemia severa de arboviroses, a tendência é que os equipamentos de saúde fiquem sobrecarregados. O governo de Minas Gerais informou ontem que planeja reforçar a estrutura e a equipe médica para receber pessoas infectadas.
Conforme boletim da SES, até o momento foram confirmados no Estado 11.490 casos de dengue e uma morte. Outras 14 mortes estão em investigação.
O estágio inicial da vacinação não permite de forma alguma o abandono das demais formas de prevenção, até porque o imunizante não protege contra as demais arboviroses (zika, chikungunya e febre amarela).
A eliminação de focos do mosquito vetor, Aedes aegypti, é a maneira mais eficaz de combater a proliferação do vírus em larga escala. Uma missão que depende de toda a sociedade.