Editorial

Chamado à escola

A evasão escolar se agravou com a pandemia


Publicado em 27 de janeiro de 2021 | 03:00
 
 
 
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O aumento da evasão escolar no Brasil é uma consequência da pandemia de coronavírus que vai exigir esforços de diversos setores da sociedade para ser estancada. Uma pesquisa do instituto Datafolha divulgada pela “Folha de S.Paulo” aponta que cerca de 4 milhões de estudantes com idade entre 6 e 34 anos saíram das instituições de ensino em 2020 e não se matricularam para este ano. Uma das principais justificativas para o afastamento dos alunos entrevistados no estudo não é surpresa: a dificuldade de acessar as aulas à distância. 

No último ano ficou claro que não basta substituir o ensino presencial pelo remoto. Esse processo vai além da mera transmissão das aulas por meios eletrônicos. O que se viu na maior parte dos casos foi o poder público tentando entregar o ensino aos alunos, mas esbarrando em obstáculos sociais e de infraestrutura, como a ausência de dispositivos eletrônicos e internet de qualidade, principalmente nas periferias. A taxa média de abandono apurada pela pesquisa é de 10,6% nas classes D e E, contra 6,9% na classe A.

Essas dificuldades são comuns em um período excepcional como o de pandemia de Covid-19, que pegou todo mundo de surpresa. Mas outro ano letivo está prestes a começar, e não há previsão de que a pandemia será controlada no curto prazo, a ponto de o ensino presencial ser retomado de forma integral. Além de ser academicamente bom, manter a aderência dos jovens na escola evita o aumento de outras mazelas como a criminalidade e a gravidez não planejada na adolescência.

Diante disso, governos, profissionais da educação e as famílias têm o papel de assegurar os vínculos entre os jovens e a escola, para que o direito à educação não seja violado. 

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