Empresários pelo clima

Os reflexos negativos do aquecimento global na sociedade sepultaram de vez a crença de que a defesa do meio ambiente é coisa apenas de ativistas e ONGs. Trata-se de uma das agendas mais urgentes e impactantes de governos e das economias globais, como demonstra a carta “Empresários pelo Clima”, divulgada nesta segunda-feira por um grupo de mais de 105 empresas e dez entidades setoriais brasileiras.

O documento, dirigido ao Planalto e à missão que participará da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP-26, na Escócia, daqui a um mês, é um apelo à retomada do protagonismo brasileiro na questão ambiental e nas negociações para a consolidação de uma economia de baixo carbono.

Mas o que faz o grupo de empresas brasileiras e internacionais que faturam mais de R$ 1 trilhão e empregam 1,1 milhão de trabalhadores se posicionar de forma tão enfática? É verdade que, por um lado, há grupos de pressões internacionais que ameaçam, inclusive, com corte de investimentos e boicote de produtos nacionais. Mas é igualmente verdadeiro que o atual momento traz grandes desafios e oportunidades.

O Brasil emite em torno de 2 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente na atmosfera, sendo que quase metade dessa quantidade vem do desmatamento. Mas, segundo os empresários pelo clima, é capaz de reduzir essas emissões em 42% até 2025. Além disso, ao ingressar numa economia responsável na gestão do carbono, o país pode gerar receitas líquidas entre US$ 19 bilhões e US$ 27 bilhões, segundo a International Emissions Trading Association (Ieta).

Por isso é tão importante reassumir o protagonismo nas negociações e participar das decisões que levarão a um mundo mais seguro, sustentável e evoluído, econômica e ambientalmente.