O ataque a escolas de Aracruz, no Espírito Santo, se assemelha a outros atentados que têm se repetido com maior frequência no Brasil. Foram cinco casos desde 2019, segundo o instituto Sou da Paz. Nos oito anos anteriores – entre 2011 e 2018 –, foram registrados quatro atentados.

O autor da tragédia da última sexta-feira teria acesso facilitado a armas de fogo, se instruiu pela internet e alegou ter sido vítima de bullying na escola, conforme investigado pela polícia e noticiado por O TEMPO

É uma teia de fatores que dão pistas sobre as causas e as possíveis saídas desse cenário já visto em proporções maiores nos Estados Unidos. Nos EUA, foram mais de 280 incidentes com armas em colégios só neste ano, de acordo com o CHDS K-12 School Shooting Database.

Na avaliação de especialistas em psicologia e pedagogia, conflitos familiares e escolares somados à disseminação de conteúdos violentos na internet formam um ambiente hostil. Isso, somado à facilitação do acesso a armas, forma a equação da tragédia.

Sem uma base de conhecimentos e princípios sólidos, os adolescentes ficam expostos a todo tipo de conteúdo insano no submundo da internet. Alunos com sentimento de rejeição encontram acolhimento e são alienados por movimentos extremistas, se transformando em potenciais lobos solitários. 

Recentemente, as polícias militares têm conseguido se antecipar e impedir alguns ataques a escolas no país. Isso prova o resultado positivo de um trabalho de inteligência.

Mas a barreira contra essa onda de violência está na educação dentro de casa e nas escolas. A abordagem correta da saúde mental também é urgente para ensinar os alunos a resolverem os conflitos de forma pacífica.