A geração de empregos no Brasil teve um leve crescimento no terceiro trimestre deste ano, mas a qualidade das vagas é precária. O número de informais e subutilizados derruba a renda média da população. De julho a setembro, o rendimento médio do trabalhador foi de R$ 2.459, o menor valor desde 2012, quando o valor foi de R$ 2.451. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e foram divulgados na terça-feira (30) pelo IBGE. E os jovens são especialmente afetados pelo desemprego.
São milhares de brasileiros com alto potencial produtivo fora do mercado de trabalho. Segundo o levantamento, a desocupação entre os jovens de 18 a 24 anos ficou em 25,7% no terceiro trimestre deste ano, maior que o dobro da taxa da população geral, 12,6%. O número é assustador e representa uma geração que está tendo o futuro sonegado.
O momento pede políticas voltadas especificamente para esse público mais jovem. A taxa de desemprego na faixa etária de 14 a 17 anos chega a 40%, segundo a Pnad. Essa população é empregada por meio de programas de inserção no mercado de trabalho, como o Jovem Aprendiz, a Lei de Estágio e programas de trainee. Para que esse tipo de iniciativa tenha efeito, o setor privado precisa de um ambiente pujante e de estabilidade, que o permita arcar com novas vagas.
A economia, cada vez mais baseada na tecnologia, tende a reduzir o trabalho físico e exigir qualidades mais sofisticadas. Como estratégia de longo prazo, o investimento em qualificação da mão de obra é essencial para reduzir o drama da juventude em relação à empregabilidade. Um processo emergencial e que deve envolver governos e o setor privado.