O número de golpes por meio eletrônico cresceu 75% no Brasil entre 2020 e 2021, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Os dados revelam como a criminalidade se adapta às novas tecnologias, e o Estado tem perdido a corrida contra a bandidagem virtual. A população arca com os prejuízos e fica amedrontada com a onda de estelionato e de roubos de celulares.
Se até há pouco tempo os smartphones eram cobiçados pelos criminosos pelo valor do aparelho em si, agora os celulares guardam dados sensíveis dos usuários, como senhas de banco. Facções criminosas viram no crescimento dos meios de pagamento eletrônico uma nova fonte de recursos para abastecer seus cofres.
A cidade de São Paulo registrou um roubo de celular a cada cinco minutos no primeiro bimestre deste ano, segundo o FBSP. Foram 17.044 ocorrências entre janeiro e fevereiro, uma alta de 4,30% em comparação com o mesmo período de 2020. Por trás desses números estão pessoas que tiveram o patrimônio dilapidado e passaram a conviver com o medo de sair de casa.
O Banco Central e os bancos privados vêm tentando criar mecanismos de segurança para proteger os usuários, mas ainda não existe um sistema capaz de detectar de maneira precisa movimentações suspeitas. Também há carências por parte das polícias no que se refere à inteligência para prevenir e investigar casos de estelionato virtual. A sensação de impotência se espalha pela sociedade, que, desestimulada, muitas vezes não registra sequer o boletim de ocorrência.
É urgente investir em equipamentos e capacitação tecnológica de pessoal na área da segurança. Quem usa o conhecimento para a prática do mal deve receber o duro recado de que o crime não compensa nem no mundo real, nem no digital.