Lição vital

A partir de hoje, várias escolas mineiras voltarão a receber alunos em suas salas, numa esperada retomada do ano letivo com aulas presenciais após um ano e meio de pandemia. Esperada e necessária. Um estudo do Instituto Lemann mostra que as perdas de aprendizado com a suspensão das atividades levarão pelo menos três anos para ser recuperada. Mas, isso ocorrerá apenas se o processo for feito com segurança.

No ano passado, 172 mil crianças abandonaram os estudos diante das dificuldades impostas pelo regime remoto no país. Para muitos, a falta de acesso à internet de qualidade foi uma barreira crucial. Além disso, a falta de um padrão acentuou as desigualdades, tanto entre os sistemas públicos e privados quanto entre as diferentes redes de ensino espalhadas pelos municípios.

Em condições normais, os estudantes têm um ganho de aprendizado de 7,1% em matemática no ano letivo. Em 2020, em média, a perda chegou a 16%, e as estimativas para 2021, a prosseguir o regime de aulas remotas, seria de uma queda de mais 20%. Um prejuízo que esses jovens terão de carregar e tentar compensar ao longo de suas vidas.

No entanto, a volta não pode ser feita sem critério. Perder uma vida é ainda mais grave do que perder anos de estudo, e, por isso, os cuidados devem ser redobrados. Especialistas do Grupo Ciência Pela Escola afirmam que o risco pode ser administrado com locais espaçosos e ventilados para as aulas, monitoramento dos sintomáticos e uso da máscara. Mal-usadas, elas aumentam o risco de contágio em mais de 1.100%, segundo estudos matemáticos da indústria, mas, quando utilizadas corretamente por alunos e professores com medidas de proteção, o risco cai a 10%. Essa é uma lição que deve ser aprendida antes de todas as outras nesta volta às aulas.