Editorial

Luz do cinema

Reabertura das salas em BH e retomada do setor


Publicado em 31 de outubro de 2020 | 03:00
 
 
 
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Após quase oito meses apagados, os projetores de cinemas de Belo Horizonte e Contagem voltarão a se acender hoje. A reabertura das salas seguirá protocolos de segurança para evitar a disseminação da Covid-19 e traz esperanças de minimizar uma crise no setor que já se arrasta desde antes da pandemia.

Apesar de um “soluço” de crescimento no ano passado, o público de 172 milhões de brasileiros que foram ao cinema em 2019 é o segundo menor dos últimos cinco anos. Quando se olham apenas as produções nacionais, foram perdidos 300 mil espectadores em relação a 2018.

Há, sim, um forte componente da praticidade dos serviços de streaming, que é uma força considerável para manter o público em casa. Mas, durante a pandemia, um levantamento do instituto Itaú Cultural mostrou que quatro em cada dez brasileiros desejavam sair para ver filmes nos cinemas.

Outros fatores pesam nessa retração do público, como problemas de conservação em salas ou de qualidade na exibição – críticas que foram sendo amenizadas devido ao longo isolamento em casa dos cinéfilos – e a percepção do custo individual de ingresso e alimentação, que facilmente passa de R$ 50 em uma saída.

Mas é exatamente a pipoca que tem sido uma das tábuas a que as empresas se agarram para garantir o faturamento. Em janeiro, Valmir Fernandes, presidente da rede Cinemark, havia revelado que 30% do faturamento vinha da venda do salgadinho. Isso explica a insistência dos exibidores em retornar somente se a abertura incluísse a venda de pipoca.

Que o retorno, hoje, represente um momento de renovação para o setor, com um entretenimento de qualidade, acessível e, principalmente, seguro para um público ávido por diversão.

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