Está chegando aí a sexta edição do movimento Maio Amarelo, que neste ano quer sensibilizar as crianças para convencer os adultos a se comportarem melhor no trânsito. “O sentido é a vida”, ecoa hoje o Brasil, que em 2011 aceitou o repto da ONU para reduzir o número de vítimas pela metade em dez anos.

O resultado ficou aquém do pretendido. Os acidentes de trânsito são um caso sério no Brasil. O país é um dos campeões no mundo. Segundo o arquiteto e urbanista Roberto Andrés, aqui, em O TEMPO, o trânsito brasileiro matou, em uma década, o equivalente ao atentado do Sri Lanka a cada dois dias e meio.

São 114 pessoas por dia, 3.471 por mês e 41.655 por ano – a maior parte das vítimas é constituída de pessoas jovens. Fora aquelas que ficaram incapacitadas, onerando os sistemas de saúde e Previdência.

A responsabilidade por grande parte dessas mortes é do próprio brasileiro, que demonstra ter baixa consciência social e ética. No último feriado da Semana Santa, ele voltou a fazer ultrapassagens indevidas, abusar da velocidade, dirigir alcoolizado e negligenciar os equipamentos de segurança dos veículos.

Mais de 100 mil pessoas e mais de 100 mil veículos foram fiscalizados pelas polícias rodoviárias. Desses números resultaram 35 mil autuações. Nas rodovias federais, 980 pessoas foram apanhadas dirigindo embriagadas. Apesar disso, as estatísticas de acidentes, de colisões graves e de mortes tiveram redução.

Caíram por causa da fiscalização e das ações educativas. Um dos principais instrumentos da primeira, os radares poderão ser eliminados das rodovias. Da educação para o trânsito, o governo quer aumentar a tolerância de pontos perdidos na carteira de motorista. Teme-se pelas consequências dessas decisões.

A educação é a base do sucesso de qualquer sociedade. O trânsito é uma de suas medidas.